19 dezembro 2008

IX Campori da AP - Raízes


Dos dias 20 a 23 desse mês, ocorrera o Campori da Paulistana, num local bem próximo, ao lado, (do outro lado da rua) da Clínica Adventista (de repouso, tratamento natural, algo assim) de São Roque. E eu, fui.

De inicio, eu me encontrava numa dúvida tremenda se iria ou não. Pois desde 2005 que não perco um Campori; a síndrome de abstinência do tipo “Como posso passar esse ano sem ir ao Campori?”, o desejo também de ter uma oportunidade do tipo que só um Campori, ou acampamento oferece para desenvolver relacionamentos e amizades, tais quais eu queria e precisava desenvolver com alguns dos meus desbravadores. Fora, que já havia prometido para vários deles e mesmo de fazer coisas lá. E também, amigos, como o Davis que estava lá, ralando, desde domingo, construindo o portal (o que eu gostaria de fazer) e que sei que me aguardava. E outros amigos, como, ex-desbravadores da unidade Zeta (quando eu era conselheiro), como o Fernando e o Ítalo os quais pouco tenho o privilégio de conversar e passar momentos com eles durante o ano, é mais em atividades do clube, trilhas e acampamentos. Também, o desejo maluco que quase me deixava louco para eu ir me refugiar no monte, sair da cidade, ver paisagens nas quais poderia descansar minha visão, contemplar mais a Deus, a quietude do interior, ar fresco e puro, céu estrelado, sujar de terra, perder o conforto da cidade, dormir numa barraca, no meu saco de dormir e isolante térmico, fazer minha bota mexer, ouvir aqueles tocantes e penetrantes sermões de campori, poder interagir com outros clubes, ver as pessoas frescas e de “primeira vez” com nojo de lama, chuva, dormir na barraca, usar latrina, e coisas do tipo hehe. E mesmo, porque eu estava precisando ter alguns momentos para relaxar a cabeça de modo a não pensar na faculdade e no trabalho. Mas

Por outro lado, havia muita coisa para estudar e trabalho para fazer para a faculdade; e também, poderia descansar mais fisicamente, dormindo até tarde em tais dias; e mesmo sair com amigos. Contudo, também que garantia teria de sucesso dessas coisas? Ainda mais num feriado, onde o espírito de “fazer outras coisas” prevalece. Bem, então, após alguns telefonemas não atendidos, decidi ir para o Campori.

Quarta-feira (A IDA)

Sim, de terça para quarta eu havia dormido pouco. Contudo, já estava bastante empolgado de ir para o Campori, a adrenalina já estava forte. Acordei, fui para a BASF, e com certa pressa para o dia logo encerrar e ir para o Campori. Cheguei em casa, ainda toquei um pouco de trompete, jantei então fui arrumar a mochila; um pouco tarde cheguei no ônibus do clube (num dos dois) para ir para o Campori. Todos estavam me esperando, aliás, me ligaram para apressar para ir embora, quando ainda eu estava em casa.

Já sabia o que aquela noite nos aguardava, quando chegasse – carregar muita coisa, caminhar bastante, e praticamente, dormindo nada. Então, levei uns protetores de ouvido, no ônibus coloquei tais a fim de abafar o barulho que a garota fazia, indo para o Campori, estando eles com os ânimos à flor da pele. Mas de pouco adiantou; contudo, creio ter conseguido pelo menos ter relaxado um pouco o corpo e a mente e atingido talvez o estágio 1 ou 2 do sono algumas vezes. Ao mesmo tempo, prestava um pouco de atenção nas conversas que ocorriam, tentando reconhecer o que rolava, identificar e analisar o comportamento e pensamento de tais pessoas. E o pior, notei que mal conhecia 30% dos desbravadores do meu clube.

Bem, por volta das 00h30 chegamos ao local. De noite não havia como ter muita noção das dimensões do local, mas achei o local pequeno para um Campori da Associação Paulistana. E também, percebi que ainda estavam construindo o banheiro (o que é normal). Chegamos na área de acampamento, e o portal erguido, longe do que pretendia, mas ficou de uma forma rústica que deixa um aspecto legal por mais simples que possa ser. As barracas devidamente desalinhadas, mas tudo bem.

Então logo começa as várias jornadas de aproximadamente 500m, não uma, nem duas, nem 20 vezes, da área de acampamento até o ônibus carregando quilos e quilos de mochilas, coisas da cozinha, entre outros. E foi triste quando de fato, tive certeza que não trouxeram a corneta. Mas também nesse caminho todo, que fora acabar por volta das 3 horas da manhã. Já notei o “espírito” de alguns desbravadores, unidades; pude já conversar e dar um abraço no Davis, entre outros. E dar algumas ordens. O engraçado é que os desbravadores já chegaram esgotados, e poucos foram aqueles que logo não dormiram.

Bem, umas 4 horas da manhã pude então ir dormir. Abri o isolante térmico no chão, e um dos problemas... é que fazia pouco tempo que haviam colocado grama, assim, o chão estava ladrinhado, e cada quadrado era literalmente uma “tartaruga”... a fim de corrigir isso, coloquei o edredom como colchão, mas que não ajudou nem 15%; alias, fui burro, e ao invés de colocá-lo por debaixo do isolante, coloquei por cima, assim, perdi o isolamento, e estava perdendo calor pelo edredom, e passei um frio legal aquela noite, que chegou a 7 graus; contudo, somado com a umidade, e multiplicado pelo fator vento, pois era crista de uma montanha, rota dos ventos que percorriam um longo vale, a sensação térmica era de 2 graus. Mas, o fator sono, fez com que após uns 30 minutos, eu conseguisse dormir.

QUINTA-FEIRA (o primeiro dia)

6 ou 7 horas da manhã lá estava eu de pé. Após um pobre café da manhã (ainda bem que levei leite de soja e pão integral), já cumprimentei algumas outras pessoas, como o pessoal do Guepardos Reais – Eliezer, Fernando, Vitor, Pedrão, o novato que não lembro o nome, mas chamavam-no de Finger, e o Eliezer pai. Fui com o Davis fazer o trabalho final e mais demorado no portal (nas alturas)... mas foi quando percebi um problema de logística: “sisal insuficiente”. E ainda precisava fazer móveis de acampamento, cercar área de acampamento, latrina. Fui ver com o Everaldo, e realmente, não compraram o suficiente, então, que fizesse tudo primeiro, se sobrasse, então iria para o portal. – Sim, fiquei um pouco triste, apenas pioneiros de coração, montadores de portais fanáticos conseguem entender o que foi aquela noticia. Mas bem, logo, dei a tarefa para a unidade Omicron cercar a área de acampamento, isso que demarquei os lugares das estacas, expliquei como poderiam manter o alinhamento, como fazer tudo. Mas assim que terminaram as estacas, o Carlão veio reclamar, para eu fazer aquilo direito, porque estavam fazendo tudo torto. Ai fui com o Davis, aproveitei alguns desbravadores sem ter o que fazer mas com disposição para ajudar; e certamente eles gostaram muito. Contudo, recreação que foi interrompida e conflitada quando outros em ociosidade plena e desorientados começaram a jogar futebol, queimada, ai largaram a recreação pela diversão; apenas alguns poucos continuaram, pois gostaram de meter a mão na massa, abrir buracos na lama com uma escavadeira, colocar troncos pesados e soterrar e pressionar a terra. E ficou muito bom o trabalho deles. Bem, e durante tudo isso, conheci novas pessoas no Campori, revi alguns já conhecidos de outros tempos, ou quais só vejo em Campori. O estranho é que parece que poucos tem permanecido firme no clube, grandes lideres sumiram, a família Breda sumiu, apenas, acho que vi a Natalha em alguns momentos. E também nesse período recebi algumas, diria umas 2 ou 3 “facadas” (entendes Fred?), mas tudo bem... hehe

Enquanto isso, parecia um consultor de área de acampamento, me perguntavam sobre tudo; e ora tinha que ir aqui e ali. E uma das principais, era questionamentos de “banheiro”, e sobre A LATRINA. Hehe. A qual demorou para ficar pronta. E mesmo após pronta, ainda havia uns detalhes técnicos, o qual tive que ir dar um jeito junto com o Davis, para as pessoas finalmente começarem a usar. Depois construi ainda um varal bem grande, devido ao tamanho do clube; mas em geral, usaram 40% da sua capacidade e uma lixeira que reamente não ficou boa. Só quando terminei lembrei de como era que realmente fazia tentei dar uma ajustada, mas não ficou boa, e mal foi usada. Não a re-fiz, pois já estava sem muitos ânimos para tais atividades. Estava, de certo modo, a cada segundo lutando com pensamentos de tristeza e descontentamento devido a precariedade do clube, de como estavam desorganizados, as pessoas a toa, os desbravadores sem fazer nada, o “Espírito de Campori” que não estava presente no Clube Omega, pelo menos. E de que eu, nem o Davis estávamos ali para fazer tudo, e os outros ficar no oba-oba, o Campori era para eles, para eles se desenvolverem, fazer as coisas, aprender, e tudo mais, e não nós.

Após tudo terminado. Contudo, nem alinhei as barracas, de modo algum faria isso, com mais de 15 barracas; já com vários quilos de roupas, colchonetes e tudo mais dentro, e centenas de espeques fincados e já amassados aquela altura. Dei meu momento relax, e fui ali para área de acampamento do Guepardos Reais, o qual fazia parte em 2006. E dei um pouco de assistência para o Eliezer, Fortine, Gustavo em alguns detalhes do portal, mas sem impor, deixando claro “o portal é todo seus, tenham o prazer de fazê-lo com as próprias mãos. Mas ainda assim, pude fazer alguns nós e amarras, e fazer parte de tudo aquilo; e com amigos muito, inexplicavelmente, queridas e amadas, sendo que o Fortini uns 4 anos atrás, era o capitão da Zeta, sendo eu, seu conselheiro. – “Deus, que privilégio. Obrigado.” – e alguns clubes ao lado estava o do São Jorge, e o Italo, também, ex-zeta, estava ali e pude ter alguns momentos curtos de conversa com ele.

E fiquei em torno de 1hora ou mais na fila do chuveiro, conversando com o pessoal do Guepardos. E depois, um delicioso banho gelado, com a água direta do poço. Contudo, os maus acostumados a banho frio, sofrerão e gritaram legal. Enquanto que foi muito revigorante e gostoso. Após dois dias tomar um banho, e depois de um dia de bastante suor, trabalho árduo, os músculos bastante exigidos; e então um banho gelado para revigorar tudo aquilo. Apesar da falta de luxo, precariedades, tais são os banhos mais gostosos e prazerosos!!! Como quando, após uma dura trilha, horas suando como um porco, você se depara com uma cachoeira.

E então teve a abertura. E sinceramente, uma das aberturas mais estranhas, sem sal, sem Espírito de Campori que já presenciei. Contudo, um dos principais fatores, ao meu ver, era a falta de foco dos clubes, haviam muitos clubes conversando, fazendo barulho, totalmente ausentes do evento; de modo, que tudo parecia sem significado algum, mas sim, apenas um ritual que deveria ser cumprido, e as pessoas gritar de emoção. Por que? Bem, porque foram ali para isso. É o que parecia. É de modo fora, que o barulho e o som baixo, impediu que o pessoal pode apreciar e prestar atenção no culto. Contudo, começou a fazer um frio tão forte, mas muito forte e intenso mesmo, se via a névoa passando entre nossos braços e pernas, junto ao intenso e forte vento. O frio fora tamanho, que serviu de peneira, os desinteressados saíram, foram para suas barracas. Contudo, os demais ficaram. E ali ficou eu o Lincon o Lucar e a Paula se não me engano. O frio fora tamanho que nos ajuntamos forte, para aquecer um ao outro, e até mesmo, usamos a capa de chuva para dar maior isolação térmica nas pernas. E aí sim, com isso pudemos desfrutar de uma belíssima e inspiradora meditação; junto com aqueles que se atreveram a ficar.

O pessoal ainda estava meio acabado da noite mal dormida anterior, e foram logo dormir, sem muitos problemas. Inclusive eu, que me deitei por volta das 23 horas.

Naquela noite, evitei pensar, mas a pergunta não fugia: “O que será desse Campori?” E apesar das boas expectativas, pois é amanhã que as coisas realmente começam, e eu, já sem ter muito que fazer, poderia então aproveitar do meu modo, relaxar, descansar.

Sexta-feira

Raiou o dia, acordei cedinho, acordei o pessoal que ainda dormiam nas barracas. E no café da manhã, bem, fui comer no Guepardos Reais. E nisso já os primeiros momentos do dia com a galera ali, conversando... porém dividido, pois ora era ali, ora era com o Omega.

Também pude conversar com várias pessoas naquela manhã, inclusive estava tendo gostosas conversas com a Patrícia, irmãzinha da Paula – Que legal. Então teve a meditação naquela manhã, mas eu mal pude ver, pois, fiquei junto com o Davis esticando as lonas das barracas, arrumando os espeques. E também tivemos que dar um jeito na entrada da latrina, pois havia sido destruído a entrada, de modo, que a pessoa ficaria exposta para usar tal, ou seja, praticamente ninguém usaria, sobretudo, as meninas.

Então, após teve inicio então ao carrossel de atividades. Contudo, eu mais fiquei observando a prova do arco e flecha do que propriamente fazendo outra coisa, e conversando com alguns desbravadores que me acompanhavam. Até que teve o cross, ai eu acompanhei Omega e depois o Guepardos. Alias, recebi um trote do Guepardos após ter dificultado para eles numa das provas, jogando água do meu cantil para deixar uma subida escorregadia. Jogaram água em mim, mas que bom, estava um calor de fornalha, e no dia anterior já me havia queimado tudo o que podia. Nisso combinei uma brincadeira com a Sheila. Fomos até o clube, peguei um dos saquinhos da latrina, ela me deu um pacote de fubá, fui até as pias externas, coloquei uns 4 litros de água de ali, meti o fubá e mexi para ficar com uma cara “daquelas coisas”. E fui até a latrina meio que escondido, fazendo hora ali. Ai a Sheila começa a me provocar para sair logo do banheiro e chama uma unidade dos garotos pequenos para ir até ali para ficar mexendo comigo, tentando levá-los por perto. Ai ela começa a falar: “Evandro, vai logo. Sai da latrina!” – “Poh! Não pode mais nem minjar em paz.” – “Vai! Sai logo!” – “Calma ae, já estou saindo.” Aí quando saio com aquela sacola enorme e falo “estava apertado” – já indo na direção deles – um deles me questiona “Até parece que tudo isso é xixi.” Então, eu disse: “Aé!? Então veja.” E logo peguei e comecei a jogar, neles, só que tive problemas técnicos quanto a isso, e não saiu quase que nada; mas consegui que caísse algumas gotas neles. Nisso a Sheila meio que tenta atrair a atenção do pessoal, ai eu começo a correr atrás dela para molhar ela – já que o plano não saiu como planejado – ela se esconde atrás de uma desbravadora falando “me ajude, me ajude”. Ela, bem inocente, vira e fala “Não é xixi é água.” Ai eu pego aquilo e quase que viro tudo na duas, ai ela vê aquele negócio amarelo e com umas pelotinhas, e pensa que não. Ai foi a diversão que só. Depois tomaram de mim, sai correndo, mas conseguiram me molhar também.

Acabou a brincadeira, ai seria horário do almoço, aí fui almoçar com os Guepardos. Alias, que comida maravilhosa fizeram lá, Taco! Então, de tarde mais atividades. Contudo, a maior parte fiquei na fila da prova do Arco-flecha. E na fila pude conversar com várias pessoas que ficaram ali também, normalmente que participariam. Até que participei, bem, dei um tiro. Hehe.. não deu nem para tentar direito, pegar as manhãs. Já o Eliezer, na primeira tentativa, acertou no alvo, no vermelho, o primeiro do dia! Contudo, outras suas ou três pessoas repetiriam a façanha, o Vinicios (Omega), a Débora (Guepardos). Contudo, uma das coisas mais aproveitáveis ali fora a conversa que tive com o Mendes, sobre várias coisas, em especial o Banco de Dados do Desbravador.

Dali tudo, hehe, nem tomei banho, já emendei , pois no sábado iria embora mesmo, e a fila do banheiro estava enorme. Já estava meio que tudo atrasado e eu não queria perder a programação a noite por nada. Coloquei o uniforme mais um monte de roupa, pois já estava friozinho no inicio da noite, e se fosse como a noite anterior, a coisa prometia calafrios. O tempo também com cara de chuva me fez levar a capa.

Após a janta com o Guepardos fui para lá com, sei junto ao Guepardos, próximo ao Omega. E a investidura, foi zuada, a mais zuada de lideres, que já vi; talvez, só a da UCB foi mais, contudo, pelo número de pessoas, não havia muito que esperar. E pior, a galera estava numa dispersão, um barulho, terrível. O Espírito de irreverência assolava toda programação. Até que então começaram a cair as primeiras gotas. O frio estava forte também, mas a roupa extra deu conta. E a capa de chuva também estava dando conta da chuva.

A chuva foi uma bênção, assim como no Campori da UCB. Logo as pessoas que estavam com muito frio, indispostas a ficarem, e sem capa de chuva saíram; e foram para suas barracas. No resultante, das 1500 pessoas aproximadamente, devem ter restado 500, e olha lá. Ou seja, os que realmente queriam estar ali, ouvir a mensagem. E foi uma incrível mensagem, muito boa mesmo. E até me impressionou algumas coisas, como o Junior, que emprestou sua capa de chuva, e ficou ali apenas com a sua jaqueta. Foram momentos maravilhosos. E então, logo depois, fomos para nossas respectivas áreas de acampamento.

Na área, encontrei o pessoal e queria conversar, já eles, nem tanto, estavam muito acabados e sonolentos para isso. Contudo, o Erick, Rafael e o Elton haviam acabado de chegar. Logo o pessoal foi dormir; apesar que deu um pouco de trabalho fazer uns irem dormir, ou pelo menos, aquietarem para os outros dormir; mas nada, que apelar a consciência não resolva.

O Everaldo, acabadérrimo, foi dormir, contudo nos informou que um pai estaria vindo buscar seu filho. Bem, eis que inicio umas 2, 3 horas de profundas conversas com o Elton, sobre os diversos aspectos, em especial, sobre O GRANDE DESAFIO de 2009. Também foram gostosos momentos de oração e tudo mais; no alto das montanhas – sim, essa hora já havia parado a chuva.

Foi uma noite inesquecível. Todo o Campori já havia compensado apenas por tal noite. Então fomos dormir. Em mais uma noite naquele aconchegante mar de tartarugas.


Sábado

Acordo cedinho, cumprimento boa parte do pessoal, aquele “bom-dia”, inclusive no Guepardos. E ainda estava fortemente impressionado por tudo da última noite. O Elton assumiu mais o clube para aliviar um pouco o Everaldo que estava um pouco exausto.

Eu ainda estava muito impressionado mesmo com toda a conversa naquela noite. Foi meio que uma espécie de um grande chacoalhão. Como se Deus enviasse um anjo, esse me pegasse pelas mangas da camisa e me chacoalhasse forte, para frente e par atrás; como dissesse: “Evandro, está esperando mais o quê? Aqui estou eu te rogando, É AGORA!” E confesso, que por um lado me arrepiou, e ainda arrepia cada nervo do meu corpo; uma forte impressão de missão, dever, ação, responsabilidade, de uma dura batalha a travar, sem precedentes. Agora é tudo! E se não for tudo, se falhar por um milésimo, então vai ser nada, derrota total.

Contudo, na mesma manhã, na hora do café da manhã, com uma alimentação destruidora; houve intrigas. Formou-se a fila. Contudo, como regra, apenas seria liberado quando TODOS, os noventa e alguma coisas, desbravadores do clube estivessem na fila, prontos, ninguém mais na barraca, ou a toa na área de acampamento. Então, os “conselheiros” Henry e Renan ficam impacientes, egoístas, fora de si (ou melhor, muito em si) pois queriam comer, independente da ordem, do clube e tudo mais. O Elton o repreendeu, tentou explicar-lhe, mostrar-lhe o sentido da coisa. Contudo, o resultado foram palavras de grosseria e raiva. Passou um tempo, e ele continuou a resmungar aos demais. E eu vendo aquela cena, de “um conselheiro” manifestando tal testemunho aos demais desbravadores que o contemplavam; aquele desejo aumentava cada vez mais: “Evandro, você tem que fazer alguma coisa.” Então, num momento ele falou:
- Parece que não me respeitam mais!

Mas que tristeza, quando é que irei aprender as palavras do sábio Salomão: “Repreenda o tolo e será amaldiçoado.”
- Renan, você fala que os outros não te respeitam. Mas o que você tem feito para conquistar o respeito das pessoas? Respeito não se impõe, se conquista. E tudo isso que tem feito, apenas diz para as pessoas não te respeitarem.

Pronto. E não deu outra, sem preliminares. Ali se desenrolou uma pequena discussão. Da minha parte, eu tentando fazer com que ele entendesse; o que, naqueles alguns minutos, toda a estrutura de pensamento, ideologia de vida, crenças, expectativas, visão do mundo e de si, a forma como pensava, o seu caráter e tudo mais... que tudo mudasse; naqueles minutos, que ele entendesse, arrependesse, convertesse do mal caminho e passasse a ser um líder, um conselheiro exemplar, que pelo menos entendesse o que significava união e espírito de equipe. Mas, não deu outro, ouvi as mais diversas palavras de raiva, ódio, magoa, egoísmo e tudo mais, que podia ouvir. E mais, ainda ameaçou de me arrebentar.

Nessa hora, confesso que uma tentação a qual a muito tempo não tinha apareceu. Quando falou em brigar. Todo meu desanimo e decepção já fizera com que o nível racional diminuísse e as emoções aumentasse. Como que uma memória em cada célula, pude sentir meu batimento cardíaco diferenciar, o meu organismo agira de tal modo, que era idêntico, exato, o que me fez lembrar, de quando mais jovem, lá para os meus 14, 16 anos, era uma briga de rua, briga de gangue, ou mesmo quando subia no tatami para um komite de karate num campeonato da Meibocan. A voz da tentação assolou fortemente minha mente: “Vá lá, dê um murro nele.” “Bata nele até ele não ter mais energia para se levantar e falar mais nenhuma abobrinha.” “Ele acha que pode com você? Vai lá e mostre que você realmente sabe lutar.” “Mostra pro estomago dele o que é um ‘guiaco-zuki’ [um soco poderoso, muito usado pelo agente Smith no filme do Matrix] bem aplicado. Ou um ‘mauache’ [um tipo de chute para nocautear o oponente] na orelha dele para ele mandar ele pro chão.” E, sinceramente, meus músculos encheram de adrenalina, já estavam preparados, prontos, e pedindo, clamando, para aquilo acontecer. Era como dois carros no farol acelerando no porto-morto, aguardando o farol dar verde, para o racha.

Contudo, ao mesmo tempo, a voz do Espírito Santo falou fortemente clamando, para não fazer, que não deveria fazer isso. Ele estava com a mente ‘apimentada’ não havia nada o que pudesse fazer. Aquilo seria uma reação egoísta. Que em pensamento, eu matei, pequei. Todas aquelas fortes impressões juntaram-se a isso. E graças a Deus, me contive, nem fiz qualquer movimento; mas em minha mente, travou-se uma dura luta. Dura. Posso ter havido vitória quanto a manifestação. Mas na mente, por um bom tempo, eu pequei, pois o desejo de agredir, de raiva havia no meu coração. E demoraram vários minutos de luta para ele totalmente sumir.

Após isso, uma profunda tristeza me assolou. Pensei em toda a missão que agora havia. E o ocorrido me deu uma percepção mais clara, de como será difícil a luta. De modo, que parecia como se fosse um médico em meio a um campo de batalha da segunda GM, revirando os corpos em meio a praia, procurando algum soldado vivo e que demonstrava qualquer sinal de esperança que sobrevivesse caso o ajudasse. Ao mesmo tempo, triste em pensar em todo o Campori, o sermão que teve na ultima noite, e tudo mais, contudo, como muitos desbravadores não apreciaram aquilo, como todo o Campori não estava fazendo sentido. – Tudo errado. O que estamos fazendo aqui? Tudo isso foi vão? – Martelava minha mente.

E assim fui para o culto. Junto ao clube, com o Davis e o Rafael. O Omega chegou meio tarde e fez questão de sentar bem no fundão, onde não dava para ouvir a mensagem, as pessoas estavam dispersas, desconcentradas e com muito barulho. Então fui com o Davis e Rafael sentar mais a frente, junto com os Guepardos Reais. Então, presenciei uma das mais solenes mensagens e poderosas pregações dos últimos x dias (sendo esse x, um numero grande). Eu estava profundamente impressionado, reflexivo, investigativo e pensativo naquele momento; e realmente, muito triste por muitas coisas que ocorreram, e pelos próprios pecados que cometi e que ainda acariciava. Então, foi quando o pastor fez um apelo para as pessoas irem a frente. Claro, provavelmente 99% das pessoas foram ali por emoção, sem clara consciência do que tudo aquilo realmente significava, do que quer dizer. Mas ao ver aquela cena, uma clara impressão veio a minha mente “Tudo isso não foi em vão.” Isso me impressionou tão forte, e que devido ao meu estado emotivo mais ativo; eu, uma pessoa, que para quem conhece, não chora por nada, que alguns chamam de homem de gelo, não contive as lágrimas e que demorou um bom tempo para sumir. Contudo, o ingrediente que mais as despertou foi a alegria misturada com um coração que estava quebrantado; e ao ver as pessoas que iriam e estavam sendo batizadas ali, mais lágrimas surgiram, contudo a alegria aumentou exponencialmente; sobretudo ao ver o Felipe Scardeli do meu clube, alguém que eu tinha perdido a cabeça algumas semanas atrás. Imensa gratidão tomou posse do meu coração. E aos poucos, as emoções foram sumindo, a razão retomando, e eu redobrando o controle emocional e a secar as lágrimas.

Após tal, estava tão revigorado espiritualmente, que me sentia até mesmo como soldado de Israel subindo a colina com seu escudeiro para infiltrar-se e derrotar o exército inimigo. E fui para o Guepardos Reais fazer a escola sabatina com eles, a qual foi muito gostosa também.

Bem, do dia e da tarde desse dia, não tenho mais muito o que dizer. Apenas, que houveram alguns deliciosos momentos, como aqueles em que o pessoal do quarteto nos reunimos para ficar cantando algumas músicas. E quem diria? Encontramos um primeiro tenor disposto e confiável!!!

Naquela noite também aconteceu algo incrível. Durante a programação da noite, teve o “Desbravador Sabe Tudo” o qual participei ao lado do Leandro Torres, do Mendes, do Ítalo, do Jobson... hehe, perdi. Apesar de ter feito um esquema legal de chute, mas... bem, não foi um método justo. Bem, a Patrícia também havia participado alguns minutos antes. E depois de tudo, enquanto ficava ali com o clube e tudo mais; na hora que fui me despedir do pessoal - pois iria embora com o Erique e o Elton, pois eu tinha que estudar e fazer um trabalho no domingo para a faculdade – a Patrícia, que até então se despedia dando chutes na canela, veio e me deu um abraço tão gostoso e especial, mais ou menos, na altura do umbigo (ela tem apenas 10 anos). Que nossa! Por mim, só aquele abraço, já valeu apena todo o Campori. Depois de tal, fiquei até encabulado para dizer tchau, não havia o que dizer. O abraço disse tudo.

No caminho, voltando para casa, foi um dos papos mais espirituais que já tive em viagem da minha vida. Eu, o Erique e o Elton (tudo “E”) o pensamento era só um; todos estavam com aquela mesma impressão a qual eu estava, todos sentiram o chamado, todos estavam dispostos e ansiosos por agir. E nisso, um diálogo que durou até aqui em Santo André, sem nenhum momento de silêncio, pelo que me lembro. E foi quando, fiquei mais incentivado a finalmente ouvir os sermões do Daniel Spencer, na série Guerra dos Sentidos.


E depois, por volta da meia-noite, ai conversei um tempinho com o Elton na casa dele, até que meu pai chegou então fui para casa. E assim encerrou o Campori para mim. Contudo, fiquei sabendo que no domingo deu uma chuva tremenda na saída, uma daquelas bem típicas “chuvas de campori”. E no domingo, no final da tarde, quando fui para o culto, me deparei junto quando o clube chegou, e o ajudei a descarregar o ônibus e guardar algumas coisas na sede.

31 outubro 2008

Outubro

Olá pessoa, bem, deixei essa sessão sem atualizar durante esse mês. Mas não foi por falta de eventos. Foi um mês interessante e marcante em muitos aspectos...

Não me recordo agora se foi no dia 4 ou 11, bem, foi um sábado muito gostoso no qual eu, Elton e Eliezer (filho) passamos um bom tempo juntos. Principalmente, ensaiando para a vigília a noite, na IASD de São Mateus. E foi um dia realmente bem agradável. O Som do Eliezer estava legal, no ensaio conseguiu fazer uma boa potencia num si b, grave; o qual às vezes é complicado para fazer, porque tem que estar com os lábios bem relaxados, e quando se vai tocando, eles enrijecem. Mas fiquei bem surpreso. Ele ta começando a associar “tocar a musica” prestar atenção nos demais e ler partitura. Vamos ver, se logo começamos a ver de ensiná-lo a ler transposto.

Bem, então de noite, lá fomos nós para São Mateus (como se fosse muito longe). Chegamos ali numa igreja bem gostosa, bonitinha, e com pessoas bem simples, mas animadas para o evento que logo começaria. Bem, arrumamos as stands, partituras, instrumentos. Depois fomos para uma salinha nos fundos, onde aquecemos bastante e afinamos os instrumentos no ouvido, pois o afinador do Elton literalmente ‘empacou’. E foi nessa hora que eu notei que “minha embocadura já era”. No ensaio da tarde, fora em torno de 45 min de ensaio, e umas músicas bem fortes; e mesmo tocando o bocal da Weril que é raso e borda arredondada (exige menos esforço, e é mais suave), minha embocadura já estava muito ruim. E comecei a fazer alguns exercícios de relaxamento para o lábio, e ao mesmo tempo, percebi, que se eu evitasse de pressionar o bocal no lábio superior conseguiria até que fazer as notas agudas tranqüilo; mas para isso teria que colocar toda pressão na borda da parte inferior nos dentes inferior. Bem e assim foi, de inicio, na primeira musica principalmente, errei bastante, mas aí acostumei com a “nova embocadura” e a coisa começou a andar; contudo, nem sei dizer o quanto esforcei minhas ATMs e a musculatura facial, pois para tal proeza, eu simplesmente tinha que deixar o maxilar 1 dedo a frente do normal, com a boca aberta conforme o ideal para tocar... e era muito forçado segurar em tal posição, principalmente, nas pressões das notas mais exigentes. Foi um grande sacrifício, mas eu orei a Deus, e com Seu auxilio, eu pude tocar as 3 musicas até o final, e por fim, a última música foi a que toquei melhor.

Após um bom tempo aguardando nossa parte, entramos então, tocando “Vencendo Vem Jesus”, hino 152 do Hinário Adventista. Eu no soprano, Eliezer no Contralto – ambos trompete – e o Elton no tenor e baixo com o trombone. Tocando bem forte, meio que a idéia era lembrar a cena dos anjos na Volta de Jesus, tocando as trombetas. Enquanto isso, várias crianças foram entrando pelo corredor e se posicionando à frente. Então após pararmos de tocar, elas cantaram essa música, com um arranjo diferente num playback, que ficou muito bom. Bem, pulando várias coisas, para não estender muito, depois tocamos “Há Um Dever” (333) e “Oh, Cristãos Avante!” (344 – Veja o vídeo). E a igreja cantando fortemente, com brado e alegria... foi um momento gostoso e marcante de louvor, mesmo já sendo por volta das 23h20.

Cheguei em casa, por volta da 23h45, e tinha que fazer uns negócios no computador ainda. E com o horário de verão, logo era 1h. E nisso, a Nath entrou no MSN, e ficamos conversando. Até que umas 3h fui dormir. E foi embaçado, eu estava muito cansado, e acabei não indo nos Desbravadores. Ao mesmo tempo que dormi pouco, para ir passar um tempo com o Lenny e meu tio, que nos visitavam; mas que iriam embora pela tarde.

Bem, foi um mês também com grandes tragédias, no GEA principalmente. Intrigas entre amigos. Um mês em que o Elton ficou um pocado ausente. De provas na faculdade, e difíceis, principalmente, multiplicado pelo fator de eu ter estudado pouco esse semestre. Também realizei o exame teórico do CFC (finalmente), apesar que não tenho pressa nenhuma para possuir o CNH.

Mas por outro lado, pessoalmente, um mês que teve um bom levante de reavivamento espiritual, pessoalmente falando; mas que a reforma parece não ter caminhando junto. Aliás, esse é o questionamento. Pois parece que estou com “resistência” (como se diz no Mercado Financeiro) num determinado ponto, para romper, então subir, disparar. - Não há desculpa.

Contudo, a última semana foi muito marcante. Pois não tive aula, praticamente nenhum dia na faculdade, então dormi bem, (cedo e 8hrs/noite) desde sexta, 24-25, até agora. Isso foi magnífico. E teve a reunião do GEA ontem, dia 30, que foi formidável; claro, no minha visão, sempre além, ainda há muito, não vou me contentar com gotas, quero um oceano. Mas foi muito bom. Pois fora totalmente diferente do que vinha sendo e ocorrendo nas últimas reuniões. Cheguei um pouco tarde. Mas houveram hinos, pedido de oração e agradecimentos, testemunho do Leandro, uma meditação sobre Amor Desinteressado, feito pelo Fred e pelo Leandro. Foi um clima gostoso... toquei “Lindo País” (571) no final da meditação (o ruim que não aqueci, ai dei na trave nos agudos). Mas foi gostoso, ao invés de sair com certa irritação, descontentamento. Nas palavras do Fred: “Foi uma massagem.” E mesmo após, ainda tive uma grande surpresa na Internet, com um amigo que tive no primeiro colegial, (há anos não falava com ele). Vamos ver o que ocorre. “O futuro, a Deus, pertence.”

No estágio agora, as coisas começaram a complicar, essa semana foi do tipo na qual já estou com várias coisas para fazer, e ganhando ao mesmo tempo mais. E alguns, estão meio travadas de se resolver, outras trabalhosas, e outras a serem analisadas. E outras, enroladas, devido a velocidade da rede, e a falta de velocidade do computador, travando com algumas macros no Excel. Mas está ficando mais legal, mais acostumado com o pessoal, agora tem até uma tradição de tomar o café da manhã na cozinha, e ficar conversando com a Rosangela.

Também parei de ler o livro “Jesus, O Maior Psicólogo que Já Existiu”, pois é simplesmente horrível. Vou comentar em breve no Ociokako. E passei a ler pela segunda vez o “Fuga para Deus”.

Também, pelo visto – e de certa forma não queria – acho que meu coração foi atingindo novamente, depois de um bom tempinho em pausa. Mas vamos ver. Por outro lado, de inicio, não estou muito a fim de acariciar a idéia, nem pensar muito nela. Para evitar possíveis decepções depois. Contudo, isso fica difícil, na cabeça de alguém, que quando se empolga com algo, que gosta de algo, vê ali uma razão, uma causa justa, e uma boa luta a ser travada, mergulha de cabeça, doando tudo de si, até a última respiração. Mas, vamos tentar controlar um pouco dessa vez, pelo menos. – Tentar [parece piada].

Também fiz umas aquisições, que trouxeram certos problemas no curto-curto prazo. Foi quase uma dor de cabeça. Mas fazendo as previsões, umas estratégias, organizando e planejando a parte financeira. Tudo se encaixou, e ficou até confortável. Mas para isso será preciso de disciplina, e uma queda nas investidas, nos próximos meses.

30 setembro 2008

Conduzido às pessoas

Já ocorrera de várias coisas inesperadas, mas boas, que foram providências, e que para que tal coisa ter ocorrido muitas outras coisas já deveriam ter ocorrido, de modo que tudo encaixasse perfeitamente para que o ato tenha acontecido? Mesmo quando, de inicio, não era o que havia planejado ou desejado?

É certo, não existem coincidências para Deus; contudo, pode haver interpretações humanas equivocadas das coisas. Mas esse meu fim de semana fora bem interessante.

Semana passada foi muito correria, principalmente no âmbito trans-work. Até que na sexta-feira, cheguei em casa, peguei o trompete e uma maçã correndo e fui comendo no caminho para o ponto de ônibus, o qual demorou e cheguei uns 20 minutos atrasado para o CFC, onde, devido à um problema interno, eu deveria cumprir mais 50 minutos. Mas quando cheguei lá, na secretaria, me informaram de um outro problema. Haviam trocado o sistema há dois dias, e ninguém sabe mexer, e não tinha como eu passar a digital. Então teria que ir num outro dia.

Bem, meu plano era depois ir para a igreja e ficar tocando e treinando trompete até iniciar o ensaio do coral. Mas, como estava cedo ainda, a igreja nem estaria aberta provavelmente. Então, eis que uma forte e convicta idéia – como sugestão – veio em mente: “Vá na praça do Ipiranguinha e toca lá.” Bem, e eu fui. Cheguei lá, já era noite, haviam poucas pessoas, e em maioria, estavam correndo na trilha para correr e fazer caminhada. Bem, então fui num ponto mais isolado e escondido, e ai comecei a aquecer e a tocar o trompete, num meso-piano ou meso-forte. Passaram uns 15 minutos, e de repente, um senhor tomou a minha direção, e pela isolação entre outros, e por eu estar tocando, a tendência seria alguém não tomar aquela direção, mas ele foi vindo, cada vez chegando mais próximo. Até que realmente, ele chegou. Antes mesmo dele chegar, parei de tocar e o cumprimentei. E começamos a conversar, ele falou que era guitarrista, já tocou em alguns grupos por aí... apesar que a sua primeira pergunta foi: “Você toca algum jazz?” E fomos conversando por uns 10 minutos. Que por fim terminou com um acordo de que ele iria numa das aulas de instrumental no conservatório da Igreja Adventista Central de Santo André; apesar, de aparentemente, não ser alguém que pertença a alguma religião. Mas foi um papo amistoso, com aquele homem, que aparentava uns 55 anos. Os frutos disso? Eu ainda não sei. Por outro lado, me arrependo de não ter dito o que realmente importa.

Após isso, mal passaram 5 minutos então fui para a igreja. Onde ainda pude tocar uns 20 minutos de trompete até que chegara o Eliezer e o Lincon e então começamos a passar a música do quarteto. Até que chegara o Elton para atribuir. E então sucedeu o ensaio do coral; aliás, essa cantata de natal é muito gostosa de se cantar; já, acho que não é tão gostosa assim de se ouvir e o instrumental deixa um pouco a desejar, mas é muito 10. E vai ser magnífico na apresentação mesmo.

Teve o sábado também muito 10. Um magnífico sermão (aliás dois) do Pr. Jorge Mário, do nível que há muito tempo não ouvia. E no instrumental, eu e o Ronald no trompete, Hugo no sax alto, Junior no violino e o piano variava. O Elton havia ido para São Paulo. Almocei na casa da minha vó, conversei um pouco com os parentes, depois fui para o ensaio do coral. Dali fui para a casa do Rafael, e então fui para o concerto da OFSBC (Orquestra Filarmônica de São Bernardo do Campo), com ele e meus pais (levei a minha mãe como presente pelo aniversário dela).

No concerto, encontro o Jobson, logo no banco da frente; o qual é um líder de desbravadores e um grande cristão da região; alguém, no mínimo, admirável; junto com um amigo. Bem, o concerto, não gostei muito como os demais, não conhecia nenhuma das músicas do repertório, apesar de tocar Tchaikovisky, mas não conhecia a quinta sinfonia. Meus pais gostaram, mas como são um pocado leigo, não puderam entender e apreciar muito. Já eu, me deliciava de alguns acordes, daquele piano cristalino, e dos metais na valsa do Tchai. Fora que fiquei impressionado com a potência que a tuba fez numas notas graves – Haja ar e pulmão! – e também os violinos fizeram um acorde, que fiquei encatado, maravilhado, quase que dei um pulo, um salto intelectual em minha poltrona. Eu e o Rafael virou ao mesmo tempo um para o outro e dissemos quase que juntos “Você ouviu isso?”, eles fizeram exatamente o som de uma gota da água se chocando com uma pequena poça de água. Como Tchaikovisky conseguiu escrever isso? De onde veio tamanha inspiração?

Bem, em casa, finalmente, às 23 horas, dou uma geral no que havia digitado durante a semana para o livro. E acabo indo dormir por volta da 1 hora da madrugada. Então, de repente eu acordo, estranhando um pouco por não ter acordado com o alarme do celular, estava já numa hora quente do dia, e meu irmão não estava em sua cama. – “Mãe, que horas são?” E fico chocado e surpreendido ao ouvir “Meio-dia e meio.” Diversas coisas passaram em minha mente, a principal, sem dúvidas foi: “Perdi o clube! E perdi metade do dia!”, naquela expectativa de aproveitar ao máximo os fins de semana.

Logo acordei, minhas avós estavam em casa e logo já almocei uns pratos especiais feitos pela minha mãe. E em seguida peguei a bicicleta e fui me exercitar, dar umas voltas, tende em mente que às 17h45 haveria o instrumental.

Santo André estava bagunçada naquela tarde, havia vários comícios pela cidade. No centro até havia um transito bem pesado, incomum para um domingo. Aliás, próximo ao sindicato, havia uma multidão em torno do discurso de um candidato que ao mesmo tempo estava oferecendo churrasco e cerveja para as pessoas ali. [Que belo modo de conquistar o voto!].

Após 1 hora pedalando fui até o Duque de Caxias onde fiz uma série de alongamentos, e percebi o quão o sedentarismo do trabalho está me afetando, mesmo eu ainda fazendo vários exercícios e alongamentos durante o dia. E o Duque estava estranho, havia uma presença forte de conflito [nos âmbitos espirituais], logo percebi que estava tendo uma competição de basquete, e vários jovens ali no visual do “jogador de basquete negro do gueto de NY”, ouvindo uns haps americanos. E, também vinha um forte som, meio que musica eletrônica do comício na av. industrial, o transito pesado da avenida também poluía o ar. E de repente houve uma movimentação na portaria onde há uma guarita, pois um homem ali, aparentemente alguém que vivia nas ruas, bateu com uma barra de ferro na cabeça de uma mulher. O qual me arrependo por não ter ido fazer uma pequena analise de primeiros-socorros, nem ter intervindo na discussão que ocorria. Então apareceu uma garota, muito bonita, exibindo suas belas curvas com aquelas roupas grudadas a pele, e ela começou a fazer uma caminhada no parque. Logo percebi a tentação de ficar ali, e acompanhá-la, ou apenas ficar olhando... ao mesmo tempo, que ouvia claramente a voz do Espírito Santo dizendo para sair dali e ir para casa. E foi quando que uma pequena gota de garoa caiu no meu rosto, e olhei para o céu e vi um tempo fechando; pensei que talvez choveria, e isso me motivou ainda mais para tomar a decisão de ir embora.

No calçadão da Oliveira Lima vi o Giancarlo andando, de terno, gravata, e a Bíblia grande na mão andando, bem determinado. Dei meia-volta fui até ele, e o cumprimentei. E assim iniciou uma conversa de uns 20 minutos.

Bem, no centro vi uma cena lamentável, várias pessoas bêbadas pelas ruas (graças as cervejas do candidato). E pude ver um cara dando um gole numa lata de cerveja, do tipo, como se fosse ágüem que estava andando por dias no deserto sem água; aquilo me chocou! E depois, vejo 3 rapaz, aparentando 17 – 19 anos, com uma latinha na mão, com pinta de trombadinha e usuário de droga, jogando palavras estúpidas e deploráveis ao ar, enquanto que um deles ia pixando algumas paredes com um diz preto. E continuei meu trajeto.

De repente decidi mudar o trajeto, ao invés de ir pelo mais rápido, decidi ir ali pelo meio da Vila Pires. Quando estava fazendo a roda próximo ao clube Aramaçã, me cruzo com o carro que me deu preferência, e ao prosseguir a curva o carro vinha logo atrás... quando de repente, duas crianças afobadas, saem correndo cruzando a rua, e a menina tropeça e cai... ao ver isso, logo associei ao carro que vinha atrás e pensei num possível atropelamento, e a única coisa que pude fazer foi expressar com os lábios “Ai!”, como se sentisse a dor por ela. Mas o carro conseguiu diminuir a velocidade e desviar sem dificuldades. E fiquei pensando: “Que capote besta! Certamente aquela menina não costuma correr.” (foi do tipo, que a pessoa se tropeça na própria perna... e só vejo isso, quando pessoas que não costumam correr, de repente dão um pique forte).

Bem, ao entrar ao começar a fazer a próxima curva a direita, de repente noto 3 garotos em bicicletas pedalando forte (para o tamanho deles – apesar de estarem numa marcha leve, o que não gerava muita velocidade) no sentido oposto, e gritando: “Ei! Péra ê! Vou te pegar!” Numa fração de segundos percebi que estavam atrás dos dois garotos, logo pensei que eram amigos, estavam brincando; então me recordei da imagem da menina e percebi que ela estava arrumadinha demais, e tinha jeito de quem não brincava na rua; e então curioso, tive uma pré-conclusão de alguma encrenca. Isso, talvez em 2 segundos. E então, em 5 segundos fiquei pensando: “Continuo para casa. Ou vejo isso?” Mas algo no meu coração dizia forte e claro que eu tinha que checar aquilo. E decidi voltar, faço uma curva de 180 graus, e volto. Logo vejo, os dois garotos correndo, uns 50m após o ponto do capote, e os de bicicleta perseguindo-os, um deles mais a frente, de jaqueta vermelha.

Dou apenas algumas pedaladas mais fortes e já estava na cola dele. Quando notei melhor a cena. A menina estava desesperada e chorando, e caiu de novo ao tropeçar na calçada enquanto corria. Era uma pequena subida, numa casa mais acima havia um senhor de idade, no qual o garoto falou forte “Senhor, ajude nós.” E o da bicicleta falando algumas palavras ofensivas, dizendo que ia pegar ele. Logo, então disse: “Ei garoto! – ao olhar para mim – Deixe ela em paz.” O garoto retrucou uma frase estranha ao pensar no que ele falava, “Por que deixar paz?” Então repeti de forma mais branda e séria “Deixe-os em paz.” O garoto na hora parou a bicicleta. Passei por ele, e fui até a direção dos dois garotos. E os meninos da bicicleta tomaram caminho oposto, indo devagar, mas gritando várias palavras ofensivas e obscenas, e muito sem lógica, e ameaçando do tipo: “Eu ainda vou te pegar. ... Gente se cruza nóis ainda.”

Fui até os dois, era um garoto e uma garota, aparentavam ser irmãos, o menino com uns 10 anos, e a menina talvez com uns 11 ou 12. O menino mais calmo, mas muito preocupado e tenso, e a menina chorando tentando se recompor. Ambos bem educados. E o garoto me perguntou: “Moço, eu estava indo para Carijós (uma rua bem conhecida)... mas não sei onde ia dar essa rua. Você sabe como faço para chegar na Carijós?” Ambos me lembravam muito alguns desbravadores, ali, estava o conselheiro Evandro. Hehe. Nenhum falaram, de primeiro sobre o que acabara de ocorrer.

Um ‘instinto’ imediato veio em mim de conduzi-los em segurança até lá. Apesar de que aquilo iria, me fazer usar uns 30, talvez 40 minutos. Então disse que os acompanharia até lá. Pois também pensei que aqueles garotos poderiam voltar, segui-los. E quem sabe bater neles. Rouba-los, algo do tipo. Pois ficou claro, que não se conheciam. Bem, tomando caminho, ao cruzar a esquina perguntei a eles: “O que eles queriam?” E o garoto disse, “Eles queriam levar minha blusa.” Dei uma olhada naquela blusa azul, parecia ser algo de marca, caro; apesar de não conhecer e não ligar para essas coisas. E continuamos o caminho, pouco falando. Os dois estavam meio emudecidos e espantados. Percebia a adrenalina e o pavor neles, pelo modo como davam os passos.

Bem, no próxima esquina, surgem os garotos novamente de bicicleta, que deram a volta no quarteirão. Ao verem que eu estava com eles, ficaram afligidos por perceber que não conseguiriam roubá-los, e começaram a xingar algumas coisas. E, o mais estranho, provocavam o garoto falando coisas do tipo: “Seu covarde.”, “Seu merda.”, “Só porque o moço está aí, agora fica se achando.” E sem dizer nenhuma palavra, sem dar bola. Continuamos o caminho. Descemos e subimos duas outras ruas. Já, pelo menos uns 700m do local anterior. Os garotos realmente foram embora. E no final de uma longa subida, ali perto do Perin Instrumentos, eles então agradeceram: “Obrigado moço...”, dizendo que ali estava bom, e que estavam perto (de fato, eram apenas mais 3 quarteirões até a Carijós). Eles já estavam calmos e tranqüilos. Provavelmente, iam para alguma festa de aniversário. Então despedi deles sem mais o que dizer, pois percebi que estavam meio chocados para conversar, e de fato, eu era um estranho para eles.

Bem, dei meia volta e voltei. Pedalava um pouco mais forte, como se procurasse encontrar com aqueles três garotos de bicicletas. Um deles, o que ficava xingando e falando, aparentava uns 10 – 11 anos, os outros dois que ficavam mais na retaguarda uns 12 – 13 anos. Todos de calça larga e jaqueta larga, boné ou toca; bem no estilo ladrão. Procurava, como se quisesse dar uma lição neles, talvez uma surra, talvez forçá-los a ligar para os pais e falar com eles, ou mesmo, imobilizá-los e chamar a policia. Ao mesmo tempo, que a possibilidade deles estarem armados não me amedrontava; pois todo aquele instinto de lutador, karate, brigas de rua viera à memória muscular. Mas não os encontrei.

Pensava, neles, no que tinham dito. E logo conclui que eles não pensavam no que falavam. Não sabiam o que falavam. Agiam como pessoas que fazem contas com algoritmos de matemática sem saber o que estão fazendo, apenas porque foram ensinados a fazer daquele modo. Certamente, tinha algum bandido ou traficante por detrás daquilo, que os ensinou a fazer aquilo. Ou de quem eles copiaram. Para eles era um método, eles ameaçavam com tais palavras e a pessoa tinha que dar a blusa. Era isso! Não havia nenhum questionamento, e provavelmente, nem iria tentar brigar. Mas tinha que insistir no algoritmo até a pessoa dar a blusa. Ameaça verbal, com palavras ofensivas, mas que são expressas como um algoritmo, sem a que a pessoa que está falando desse a mínima para o que saia da boca. Para o que acontecia. O que estava fazendo.

Pensei tanto nisso. Na questão da educação do pais. Nos pais dos garotos. Na vida provável desses garotos. Se aquelas bicicletas eram deles ou foram roubadas. Sobre o futuro que tendia a eles terem. No desejo de fazer algo. Nos rapazes que pixavam no centro. No candidato que parou o transito, e ficou distribuindo carne e cerveja. Pensei na sociedade. Em Satanás e o que busca fazer com as pessoas e as crianças. Alias, não é isso? Se dissermos para Satanás deixar alguém em paz, ele certamente ira questionar, como se aquilo não estivesse em si: “Por que deixá-lo em paz?”

E pensei muito no meu papel quanto ao que ocorrera, e nas circunstâncias que me levaram a estar naquele exato lugar naquele exato momento.
Pois veja só na série de fatos que tiveram que acontecer para eu ter passado de bicicleta naquele local naquele momento:
1. ia chamar para sair no domingo, mas deu um desencontro... de modo que se tivesse ido, provavelmente, nem estaria em Santo André na tarde de domingo;
2. acordei tarde no domingo, perdendo o clube de desbravadores. Caso contrário, eu teria chegado em casa por volta das 13h40, iria almoçar e não iria ir andar de bike pois já teria feito isso;
3. Eu tive que sair do parque do Duque de Caxias naquele momento;
4. Encontrei com o Giancarlo, e fui interceptá-lo e fiquei uns 20min conversando com ele;
5. Mudei de rota para ir para casa.

Qualquer um desses acontecimentos e que não acontecesse exatamente como fora, e, provavelmente eu não teria evitado aquele assalto. Isso que também fora eu, outra pessoa não teria nem notado nas duas crianças afobadas; nem tão pouco tentado evitar; por medo do assalto; medo de as crianças estarem armadas e lhes ferirem seriamente ou matar. E mesmo assim, se a voz não tivesse falado para eu fazer o retorno quando passei por aquelas crianças e ido reto... ou então, se não tivesse acompanhado os garotos até um local seguro.

E na sexta-feira, que aconteceu aquilo? Se eu tivesse feito os 50min do cursinho, eu não teria ido para o parque e não teria conversado com aquele senhor.

Sendo que de certo modo, eu até resmunguei um pouco, nem que seja naquela idéia de “Não foi conforme eu tinha planejado. Ou que queria fazer.” Mas veja, tudo isso foi necessário. De certa forma, vários fatores na vida foram necessários, como a minha infância e adolescência na rua, karate, entre outros.

Tudo ficou tão claro para mim: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.”(Rom. 8:28). E também aquele verso que diz que Deus é que controla tanto o nosso pensar quanto efetuar. Tipo, tudo isso é magnífico quando acontece. A ação ocorre. E mais vontade dá de agir. Ao mesmo tempo, se eu tivesse negligenciado ajudar, teria sido condenado “Aquele que sabe o bem e não o faz, peca.”

Isso me fez recordar dos apóstolos, eles iam para as ruas, praças. Então Deus provia meios para as pessoas irem até tais, e eles, inspirados pelo Espírito Santo, agiam, falavam o que tais pessoas precisavam ouvir. Assim como o Eunuco, Deus arrebatou Felipe até ele para lhe ensinar da Palavra, Deus me conduziu até aqueles garotos. Se formos ver bem, as ruas estão cheias de pessoas necessitadas, ou de certa forma, estão na ruas porque querem interação com o exterior, seja com outras pessoas ou meramente o ambiente. Portanto, é mais tendencioso conseguirmos acesso a tais pessoas pelas ruas; do que fechados em paredes. Ou então, buscando comunicar com tais pessoas com encontros futuros num local x.

E se for ver bem, fora nas ruas, em que Jesus, apóstolos entre outros, agiam, ministravam, faziam laços com as pessoas, "sem hora marcada". Por que hoje buscamos um padrão da cultura capitalista de buscarmos locais fechados (teoricamente mais confortáveis e seguros); onde as pessoas estão menos receptivas?

Aliás, tive uma idéia, vou ver com o Elton e o Hugo, de combinar de irmos em alguns domingos ou sábado mesmo, na praça. E ficar tocando alguns hinos. Sem finalidade nenhuma além de tocar para Deus e abençoar os outros que ouvirem tais. Talvez isso, possa atrair pessoas, para conversar, quebrar obstáculos de preconceitos, quebrar o gelo, ou talvez até mesmo, seja um caminho, para conhecer novas pessoas, confortar outras, conduzir para ir num culto, ou estudos bíblicos, ou, simplesmente, testemunhar de Jesus e dizer: “Pois Ele vive, posso ver no amanhã...” e “Servos de Deus, a trombeta tocar, breve Jesus voltará!” – opa! Ou fazer alguns ensaios com a fanfarra do clube nesse esquema; apesar que fanfarra, dá uma semântica diferente.

Somos chamados para sermos ousados, loucos pelo evangelho; isso é romper paradigmas dos confortos modernos e obstáculos da comunicação social; do isolamento e da exclusão social.

Fica aí algo para pensar... e nisso fico lembrando e refletindo em algumas passagens dos livros “Serviço Cristão” e “O Ministério do Amor”, de Ellen G. White.

Bem, depois de fato fui na aula do instrumental. De lá fui para o culto, o coral cantou, um pastor fez um belo sermão. E até toquei trompete no final acompanhando a Edra no piano; mas minha embocadura estava já detonada, então não saiu algo muito limpo.

17 setembro 2008

Uso do tempo

Na última semana – da Pátria – não tive aula na universidade e com isso, até pude usufruir melhor da noite e dormindo mais cedo; aliás, que diferença brutal ocorre, quando se dorme 8 horas numa noite, indo dormir às 10h20 da noite! Contudo, já essa semana as coisas voltaram meio que a rotina, acordar bem cedinho, dormindo pouco, faculdade.

Estou tendo um certo problema na faculdade. Estou dando umas bolas foras sem lógica alguma, talvez por lapso de memória. Um trabalho de gravitação deixei de fazer, pois deixei para o última hora, e em tal, não encontrei a folha que continha as perguntas. Também, ralei até para fazer uma lista de exercícios de Estatística, e tinha fixo em mente que era para entrar no dia 10; e não sei o que me levou a associar tal, totalmente com essa terça-feira, dia 16. De modo que na aula, quando fui entregar para o professor – de primeiro, já achei estranho ninguém estar entregando – ele me falou que era para ter entregado na semana antes da pátria. Bem, um pouco decepcionado comigo mesmo, fui até minha carteira, abri o caderno, e conferi a dada, e realmente, era para entrar no dia 5 ou 6. E por cima, nesse aula houve uma prova de Estatística, e eu não sabia; mas felizmente, estou meio que acompanhando e entendendo bem a matéria e fui bem na prova. Já na segunda-feira tive uma prova de geometria euclidiana, e apesar de ter estudado um pouco – o problema foi que faltei em muitas aulas, devido ao GEA – na prova não tive um bom desempenho. Eram 3 exercícios, o primeiro acertei; já o segundo, eu entendi tudo perfeitamente, era um daqueles que revisava várias vezes todos os procedimentos, raciocínios e cálculos, e não encontrava erros. Mas começaram a surgir números absurdos, como raiz quadrada de 81457; e por fim, o resultado estava coerente, eram 3 variáveis, contudo, numa delas, deu 7,68 se não me engano; mas era para ter dado um valor nessa faixa, só que negativo. Bem, revisei e revisei, procurando por erros de sinais, módulos, mas nada. Coloquei um sinal de negativo no valor, como resposta. Estou realmente em dúvidas quanto se tal está correto ou não. E no último exercício, caíram duas coisas que não havia estudado, e nem tentei resolver, que era sobre um plano hiperbólico e um outro tipo de plano, e calcular uns negócios em tais.

Por outro lado também estou muito inquieto, mentalmente, e longe de tranqüilo, quanto ao GEA, a mim, às pessoas e aos adventistas em geral. A cada dia parece que vejo mais claramente a sociedade, as pessoas, as leis que vigora hoje, a mornidão, hipocrisia, o estado de morto no pecado, o perigo desses tempos. É triste. Outro dia, confesso que quase chorei ao pensar nisso. Pensamentos que não deveriam ocorrer, idéias equivocadas. Uma grande distância entre as pessoas, que não deveria ocorrer. Pessoas que você se comunica, cumprimenta no dia-dia, fala um oi, pergunta como está, se está tudo bem, conversa algumas coisas; mas de certo modo, não se vê muita disposição e impulso de ambas as partes de se sacrificar pelo bem do próximo... um grau de intimidade, de relacionamento, de amor ao próximo, baixo.

Porém, confesso que tive um fim de semana maravilhoso. Na sexta, ensaio do coral a noite, começamos a pegar as músicas da cantata de natal. E estou buscando, de certa forma – acho que ainda falta mais atitude e ação – liderar o baixo, como um capitão de unidade, incentivar e buscar o melhor de todos, para agir como uma unidade bem treinada e motivada; e de certa forma, estou tendo a colaboração do Elton; mas, ainda, há alguns imensos obstáculos a ultrapassar. E conversei um pouco com os amigos também, tudo muito bom.

No sábado, acordei um pouco atrasado e, assim, cheguei um pouco tarde no Colégio Adventista de Santo André, onde ocorrerá os próximos cultos, por pelo menos 10 semanas, pois estão reformando a igreja física, unidade Central Santo André. Cheguei às pressas, correndo na subida das escadas. Ao chegar, já haviam terminado os hinos iniciais. Peguei logo o trompete, algumas sopradas e me ajuntei a ao conjunto instrumental: {Ronald, Elton, Elcio, Hugo, Edra} = {Trompete, Trombone, Sax tenor, sax alto, piano}. E assim, toquei a doxologia de entrada da plataforma. E realmente, foi muito 10, tocar ali com todos eles. Especialmente, com o toque especial da presença do meu humilde e grande amigo Elcio que veio de Maringá - PA para realizar uma prova na USP, para tentar um mestrado lá.

Depois nos separamos, em dois grupos, os instrumentos, não sei exatamente o motivo. E tocamos mais uma música, o hino inicial. Bom também, mas se notara que a acústica da capela era ruim; não ouvia os instrumentos do outro lado, e mal ouvia os que estavam ao meu lado, se perdia bem a noção, se a harmonia estava encaixando; não dava para saber se a congregação estava ouvindo bem, ou se estava muito alto. E, no mesmo naipe, tocamos um hino para o momento dos dízimos e ofertas.

Após o sermão do Pr. Delmiro, tocamos o hino final; só que nesse, ajuntei-me com o outro grupo, o Ronald e o Elcio. E eu, toquei em 80% do tempo, o contralto e o Ronald fez a melodia do soprano. Ficou bem mais legal, ali juntos, os dois trompetes. Até recebei alguns elogios depois, comentários do tipo: “Fica bem mais legal, bonito os dois tocando juntos.” Pois realmente, na nave da igreja, um fica de cada lado, não havia ainda tocado junto com ele. E depois, então todos se juntaram novamente num único grupo e tocamos uns 2 hinos para a introdução da Escola Sabatina.

Houve algumas coisas interessantes na classe dos Adolescentes, que participo, juntamente com o Elton. E depois, no segundo culto, o conjunto novamente, e meio que começamos a nos entrosar, apesar que eu era o único novato ali, pois eles já haviam tocado juntos por vários anos. Ficou muito 10. O problema foi que o pessoal se acostumou a não levar hinário e ler as músicas pelo telão. Aí não teve telão, e mesmo sendo músicas mais populares do hinário, pouco, quase nada, ou nada, ouvia de canto, além do regente no microfone – Claudinei, no caso. Ah sim, o coral não cantou.

Após, fui para a casa do Elton. Chegando ali, não sabendo, comemorariam o aniversário da vó deles. Rapidamente, ensaiamos “Parabéns para você”, eu no trompete, Elton no trombone e o Elcio no sax. E aí fomos até o cômodo onde estavam várias pessoas reunidas em torno da mesa e a vó deles, e fomos entrando tocando a música, só que de forma bem desarmônica, o Elcio que puxou, tocou em uma escala diferente; e com ritmos variados, do tipo meio que cada um fez algo; eu só tentei acompanhar. Mas o pessoal gostou, foi legal.

Então uma ótima refeição tivemos, ao redor de várias outras pessoas, com as quais havia um papo descontraído e bem gostoso. E também ficamos sabendo que o Pedrão – inquilino que mora com eles – disse que vai ser batizado no final do ano. Então, depois de um tempo, só havia eu e o Elton ainda comendo, e até vieram nos perguntar se poderiam retirar a mesa. Hahaha. Algo já meio que comum, quando se come bastante, e devagar.

Após isso, fizemos um trio, trompete, tuba e sax tenor. Ficou muito 10. Tocamos várias músicas, meio que entrosando o feeling entre os três. Até o tio do Elton veio lá, pedindo para tocarmos de novo uma música que ouvira nós tocando, e ele que regeu a dinâmica da música. Mas logo, tivemos que ir para o ensaio do coral. E após o ensaio, ficamos um bom tempo conversando na calçado e ensaiando uma música do Arautos do Rei. Até que quase 1h30 depois fui para casa.

Na manhã seguinte, corro de bike até o Clube de Desbravadores, no qual tivemos uma reunião desastrosa, caótica, e, fiquei estarrecido com o grau de sedentarismo e “fora de forma” do pessoal. Mas depois, eu e o Elton tivemos um longo papo com o Everaldo (diretor). Umas 15h terminei de almoçar, e fazia um trabalho, enquanto assistia alguns lances da NFL. E logo já eram 17h. Aí fui para o conservatório. Bem, lá foi 10, contudo, poucos tocamos, peguei uma lição com umas notas muito agudos, e para treinar o vibrato no trompete, embaçado por enquanto. Depois, formamos um conjunto masculino e começamos a treinar e cantar aquela música do Arautos do Rei Jesus Vem Logo. Eu, Rafael, Elton, Eliezer, Claudinei, Eliezer pai, Willian e o Lincon. Ficou muito 10.

Depois, eu, Elton, Willian e o Rafael fomos pro colégio, e aí ficamos na sala dos professores ensaiando a música, pegando as notas no trombone. Eu no baixo, Rafael no barítono, William no segundo tenor e Elton no primeiro. Foi 10. No final, apenas pegamos uns 4 compassos; mas ficou muito 10 a harmonia, a coisa vai ficar muito boa. Depois, ainda dei uma tocada na tuba.

Tipo, foi realmente um fim de semana muito bom. Do tipo, que quando chegou domingo a noite, uma certa tristeza surgiu em mim, pois voltaria a rotina da semana. Dormir pouco, ir num trabalho sedentário no PC, 2h de van no transito, faculdade, 2h de van para voltar. Trabalhos, provas. Por outro lado, bom saber que tudo isso passaria num estralar de dedos que já vai ser sábado novamente, aliás, já é quarta-feira, e tudo parece que foi ontem.

Fazem uns 5 dias que estou lendo o livro “Arco-Íris Sobre o Inferno” de Tsuneyuki Mohri, o qual conta a história de Saburo Arakaki; hoje um pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia, mas que foi um dos combatentes da Segunda Guerra Mundial, assassino, condenado a morte. O livro é incrível, ao todo 230 pags mais ou menos, já estou na 110. Só que tipo, até agora, apenas vem narrando o Saburo onde o Japão era sua religião; sua infância e situações de tirar o fôlego na guerra, uma mistura de aventura e drama; um livro que me fez ver um lado da guerra que nunca havia notado. E trás de certa forma uma noção muito mais real do que os filmes conseguem trazer, sobre os tiras, canhões e tantas outras coisas. E esse livro tem me feito pensar um pocado em algumas coisas.

Bem, confesso, que agora, aos 22 anos, eu não me preocupo com o tempo, não fico mais ansioso quanto a ele. Pois de fato, as coisas estão passando incrivelmente rápido; mas tudo bem. Estou envelhecendo, mais tudo bem. Não me importo de logo estar com 88 anos. Minha maior preocupação é quanto ao uso desse tempo chamado presente. É algo tão profundo que penso quanto a isso que tenho muita dificuldade de expressar tal pensamento; mas a questão é “Deus me cobrará pelo uso do tempo da graça” enquanto tenho vivido de modo como, se não estivesse em falta quanto a isso. Preciso de tamanha educação e status acadêmico? Preciso ganhar bastante dimdim para cumprir minha missão? Pois olho para Jesus e o que vejo é um homem pobre mas o Senhor do Universo; dedicava o tempo para com as pessoas. Olho para Ele e me vejo em falta grave, para cartão vermelho.

E o pior de tudo, é que amanhã estarei aqui nessa mesa no escritório, a noite estarei indo novamente a faculdade. E, às vezes, temo em pensar, que será preciso que um anjo me visite e diga claramente o que devo fazer; para eu mudar tal rotina do dia-dia. E se fosse para ir trabalhar de missionário em algum lugar remoto? Eu não me importo, gosto da simplicidade e humildade, romper com as normas e modas do mundo. Estar em meio de pessoas com as quais carecem de minha presença e ajuda; viver sem dinheiro; comer comida simples e mesmo comendo pouco; andar bastante e coisas por ai.

E dá no mesmo. O tempo vai continuar passando, como passa aqui. Só que o uso e utilidade em tais são bem distintos. Num viverei até quando Deus me chamar, noutro também. Por que então optar e escolher por esse?

Enquanto todo esse conflito em minha mente, e a minha postura resoluta em continuar nisso. Apenas com um plano futuro, em média de 10 anos, conseguir juntar dinheiro o suficiente para iniciar uma nova vida no interior, num estilo de vida campestre, simples e bucólico.... bem, enquanto tudo isso. O tempo está passando, e os sinais ocorreram, o cenário, a condição do mundo, as dores dos partos aumentando. De inicio, dei pouca importância para essa crise financeira, pois já houveram, de fato, outras piores, e hoje há muito mais cabeça para se pensar, mais alternativas, mais modos de resolver, ou de evitar abalos e grande caos, do que há muito tempo atrás. De certo modo, até tenho uma certa perspectiva otimista para os próximos 10 anos. Mas se eu estiver errado? Por que pensar em 10 anos, ao invés de 5 anos?

A única coisa que espero é que o Senhor esteja guiando minha vida; que tudo isso faça parte dos Seus planos. Mas será que estou entregando todos os meus caminhos ao Senhor? Que segurança há na não totalidade?

03 setembro 2008

Agora, estagiando na BASF

Olá, caro internalta.
Já faz um tempo razoável que aqui não escrevo.

Mas bem, algumas mudanças e coisas ocorreram nesse período de tempo. Talvez um dos principais foi o inicio do estágio na Basf. Bem, a primeira vista, gostei muito da empresa. O estagiário é tratado como um funcionário e a bolsa-auxílio é boa; contudo, é preciso trabalhar muito. Estou com sério problema de privação de sono. Vou dormir 1h30 da manhã em média e acordo às 6:20, portanto, faça as contas. Isso mesmo, 4h50min de sono. Essa é a média! Felizmente é apenas em 3 dias da semana tal valor (seg–ter e qui–sex), os piores dias são terça e quarta. De quarta para quinta, se bobear consigo dormir de 7 – 8 horas, e nos fins de semana e sexta para sábado também. Mas já fazem 3 semanas isso e ainda não me acostumei. Minha cabeça fica meio estranha, um estado meio que presente de dor de cabeça suave.

Por outro lado, o chuveiro está com problemas e ninguém arruma. E ou se toma banho muito quente ou no gelado de tudo (desligado). E como normalmente agora só estou tomando banho ao acordar; não rola um frio. E minha pele está ficando ressecada. E aos poucos percebo meu imunológico cair. Também, tenho voltado a consumir chocolate, principalmente leite com chocolate no escritório; para ficar um pouco desperto.

A faculdade ficou mais correria ainda. Quatro disciplinas pesadas do tipo que é necessário estudar muito. E dessa vez, peguei um professor bom, Lima, de Estatística, escreveu um ótimo livro sobre tal com o Magalhães. Já o de Cálculo, o cara tem boa vontade, mas não sabe explicar, simplesmente não sabe explicar; tem uma grande debilidade didática e metodológica; fora que não sabe selecionar exercícios didáticos. O de física, Gravitação, é interessante pois aborda bem um papo reflexivo sobre a ciência, algo mais do tipo história e filosofia da ciência; mas boa parte da galera dorme na aula; já para mim, é muito interessante. E tem a matéria de Geometria, onde estamos vendo alguns coisas incríveis e exóticas, como um plano curvo, um plano hiperbólico; como é que se define a geometria; o que realmente é uma reta, plano, ponto, segmento entre outros, que vale de forma geral, e não apenas para o plano de curvatura zero que estamos acostumados, ou que normalmente, o único que a grande maioria das pessoas pensam que apenas existe; pois realmente, curvas que são retas, é intrigante.

Sim, já tive minha primeira bomba, fui péssimo na prova de Calculo IV. Mas vamos lutar. O difícil é imaginar quando irei estudar, talvez mate umas madrugadas. Ou tente pegar uns domingos de tarde – se ninguém ficar em casa; mas vai ser complicado.

A questão física diminuiu bastante. Exercícios aeróbicos só pratico de quarta a noite e domingo, que somando, daria umas 2 horas, e olha lá; o que realmente é longe do ideal. Mas tenho tentado procurar andar o máximo possível dentro da BASF. E procuro fazer, durante o dia, algumas flexões e abdominais. Creio que tenho que caprichar melhor no domingo, pelo menos.

A boa noticia é que o Congresso Nacional aprovou uma nova Lei para com os Estagiários. A qual obriga uma carga horária máxima de 30 horas semanais, isso dá em torno de 6 horas por dia – sem diminuir o valor da bolsa. Ou seja, talvez, quando ela entrar em vigor aqui na Basf, talvez diminua em 2 horas minha carga horária diária. AO invés de entrar as 7h30 e sair as 17h; talvez, consiga entrar 8h30 e sair as 16h, ou então sair as 15h. E assim, poder estudar um pouco, praticar mais atividade física; ir mais cedo para a USP, aproveitar mais o CEPE, GEA. Mas, é esperar para ver no que vai dar. Até lá será um pouco de dureza.

É estranho, pois é como se tivesse num estado de estopim constante; de modo, que se eu fechar os olhos e relaxar por uns 30 segundos eu apago, durmo! Por outro lado, minha super pró-atividade e energia; é como se também estivesse super disposto a todo momento; agora mesmo, correria vários quilometro de boa. Apenas o corpo fica meio estranho, meio que indicando que há algo estranho. Dizendo: “Cara você precisa dormir.” Mas, creio que isso é apenas um período; e estou apreendendo várias lições preciosas quanto a isso, lições para a vida, para o caráter, para o autocontrole, disciplina, esforço e perseverança; assim como para valorizar as pessoas e as outras atividades que exerço.

Pois, uma das colocações interessantes que já li em alguns livros é aquela idéia, que antes de se tornar um grande rei, líder, receber uma grande benção, antes é preciso passar pela humilhação, necessidades, dureza; para, sobretudo, possuir responsabilidade, bom-senso e valor para usar dos poderes recebidos. E mesmo aquela expressão muito usada pela igreja que diz: “Antes do Pentecostes veio o Calvário”.

Nesse período também voltaram as atividades do GEA, a boa noticia é que mudamos para quinta-feira e a Nath da letras pode participar agora. Mas está havendo alguns conflitos ideológicos, ou como disse o Fred, Crise de Identidade; apesar que, creio que o problema é outro. Mas ainda assim, é um benção o GEA, e tem uma extraordinária projeção.

Noutro lado, certifico que eu o Elton temos crescido muito juntos em vários aspectos. E temos cada vez mais notado a grande responsabilidade, dever, entre outros que nos fora outorgado. E nisso, o coral enfrenta um sério problema, ora, vou ser sincero, eu avisei e avisei; há dois anos atrás, peguei no pé do coral, do Marcilio, falando sobre vários aspectos e tendências. Não deram ouvidos, e aí, a coisa aconteceu. E agora? Parece até que nos demos de cara com o vale dos ossos. E me vem em mente, aquela história de Elizeu, ou fora Elias? “É possível esses ossos voltarem a vida e combater?”

O clube de Desbravadores está um caos³! A diretoria está um caos, e para agravar o problema estamos com mais de 60 desbravadores. Mas, eu e o Elton já estamos tomando providências para buscar solucionar isso. Mas vamos lá, e, infelizmente, por enquanto acredito que não participarei do Campori, devido ao estágio.

Já fazem 4 meses que estou tocando trompete oficialmente na IASD Central Santo André; de inicio meio tímido, mas agora já me soltei bastante. Apenas ainda estou pegando mais as manhãs da dinâmica com o grupo, e prestar atenção no tempo, no piano, no regente. E nesse tempo também, melhorei muito a qualidade do som, o timbre, tonalidade, volume, potência, ressonância; claro, ainda tenho muito a melhorar. É só o Ronald tocar que fica evidente meu nível inferior. Mas estou melhorando, apesar de agora só pegar o trompete 4x por semana, para treinar, estudar e tocar. Alias, desaprendi a contar tempo. Demorou um pouco para eu conseguir tornar subconsciente e involuntário olhar para os compassos, e com aquela musiquinha na mente: 1, 2, 3, 4; 1,2, 3, 4... (num compasso de 4 tempos). Parei de treinar isso, comecei a ir muito no feeling da música, e quando preciso contar, me embaraço todo, porque tenho que pensar, raciocinar; aí eu acabo desconcentrando um pouco quanto aos outros detalhes, como leitura da partitura, e diversos outros aspectos. Fora que o pior, é que desaprendi a ter a noção da duração dos tempos das colcheias e semi-colcheias. Vou pegar um método de percussão bom com o Elton e estudá-lo, para pegar melhor noção disso.

Mas tenho já feito algumas coisas interessantes com o meu trompete, veja algumas músicas que gravei em http://kako.4shared.com/ . O ruim é que meu conhecimento de edição de som é muito debilitado ainda, usei um programa muito light; minha placa de som, é fraca para entrada, acho que 16bit e olha lá; e o microfone que usei, rs, é aqueles que vem no fone de ouvido, bem genérico ainda, da Clone; paguei 15 reais. Mas já pretendo lá para o final do ano, comprar uma placa de som boa, profissional, e um microfone bom, profissional ou semi. Aí sim, a coisa vai ficar legal. E quem sabe, daqui um ano ou dois, fazer um isolamento acústico no meu quarto, uns equipamentos, e montar um pequeno e modesto estúdio em casa...

Tenho pensando mais e considerado como já a questão da vida adulta, independência. O pensamento, planejamento e execução para já sair de casa, desenvolver uma família, um lar; responsabilidades, imposições, ousadias necessárias; para lidar e encarar outras pessoas.

E talvez, meu maior foco e pensamento hoje é quanto a questão espiritual minha, dos outros, e sobretudo, da igreja, ou seja, das pessoas que alegam ser seguidores de Cristo. Principalmente, naquelas em que mais convivo nos grupos e atividades que participo. E a questão é: “Inatividade”, “Falta de fé”, “falta de espiritualidade”, “falta de poder do Espírito Santo”. Só Deus sabe o quanto que penso nisso e estudo.

Esses dias ficou bem parado a digitação do livro. Mas tenho planos para logo adquirir meios para conduzir esse trabalho adiante. Quem sabe, no meio do próximo ano, já estar corrigida e editada; assim, buscando editoras...?

As vezes, fico imaginando como seria interessante, se caísse um meteoro na Grande São Paulo; e acabasse com as pessoas (inclusive eu) que fica perdendo tanto tempo com futilidades, trabalho, coisas da vida terrana; de modo, que o tempo torna-se não controlado por Deus, ou seja, tudo acaba sendo vaidade. Preocupados num carro a adquirir, ou investimento a fazer, enquanto que negligencia ou esquece totalmente dos necessitados e de ajudar o próximo...

Bem, é isso.

Até a próxima.

17 julho 2008

Eclesiastes Cotidiano

Pôr-do-sol de terça-feira, estou em casa na companhia de anjos - de ambos os lados -, de Deus e do meu trompete. Porém, inútil no espaço-tempo.


Acabo de retirar sons tristes, dissonantes e desafinados, como um choro. Sim, um choro. Contudo, se tratava de uma de minhas prediletas ("Eu Achei"); devo até ter arranhado o metal do meu trompete de tão carregado estava o ar de culpa.


Por que culpa? Ora, ouço o poneiro do relógio desempenhar sua função, enquanto eu não desempnho a minha. Inútil, sim. O que fiz durante o dia? Bem, briguei com o cachorro do vizinho, pois este não me permitiu dormir além de 4 horas a noite; aumentei o som no último para vingar de meus vizinhos. Então fiquei comendo, de forma pouco suadável e assistindo filmes de drama, deitado debaixo de cobertores, enquanto fazia um planejamento de como lidraria com o tempo no próximo semestre, e os planos de investimento. E foi isso.


Não era isso o que deveria estar fazendo. Por que estou vivo? Eu sei. Tenho uma missão, um papel a cumprir. Deveria sim estar levando o Reino de Deus às pessoas, ajudando os necessitados, espalhando boas sementes. Louvando de Deus, conversnado com Ele e o ouvindo através das Escrituras. Mas nada disso eu fiz, vivi morto.


Não perdi "a linha", tão pouco estou deprimido. Mas pelo contrário. Como sempre, ocm claras percepções da verdade, do dever e do discernimento. Deveria estar nadando na piscina, mas apenas estou batendo os pés nas águas, sentado na margem.


Nem mesmo deveria estar escrevendo essas palavras. Não deveria estar sendo subjetivo. Não deveria ter abandonado sonhos e adiá-los. Não deveria ser impaciente. Não deveria duvidar. Não deveria estar sentado escrevendo. Nao deveria estar agindo como estou. Peguei a taça do tempo da graça, derramei-a na privada e apertei a descarga. E estou escolhendo isto continuar fazendo.


Sabe, diversas vezes eu vejo como Deus foi sábio em explicitar que suicidas não entrarão no Céu. Evita muitas mortes. Claro, para uma mente bem entendida, nem precisava estar escrito isso. Aliás, tal compreende que o "suicidio" não é meramente o ato de instantaneamente morrer, forçando a situação. Salomão dizia "Aquele que pratica o mal corre para a morte." E neste momento eu, como, provavelmente, você, leitor, estmaos correndo.


Sim, estou bravo, furioso comigo mesmo. A cada dia que passa mais torturante , hostil, mórbido, infeliz, tediosos é este mundo; como Salomão expressa em Eclesiastes. Aliás, creio que se trata do livro mais mal compreendido pelos teólogos; porque poucos são os que realmente o estudam com a interpretação do Espírito Santo e no contexto de Salomão.


O contexto de Salomão não era os aspectos de seu estado emocional. Eke bçai escreveu aquilo porque estava triste, deprimido, longe de Deus e isso o fez a observar, análiser e escrever daquele modo. Mas sim, por algo, que meia duzia de pessoas conseguem conpreender.


"Por quanto maior a sabedoria, maior o sofrimento; e quanto maior o conhecimento, maior o desgosto." Ec. 1:18



Salomão sabia, tinha claras percepções da verdade, entendia, discernia. Contudo, sabedoria é quantitativamente enorme, x. Porém, ela apenar funcioa de forma inseparavel com a perfeição de Deis; neste âmbito é a melhor coisa que há. Se não estiver revestido do Espirito Santo, essa luz, passa a ofuscar seus olhos, queimá-los. Revertis a Armadura do Cristão não apenas serve para enfrentar o Grande Conflito, mas para poder viver em harmonia com a luz, sem que ela te queime.


Pois então, quando se retira a armadura, a coisa torna-se sofrida. A verdade não muda. A percepção não muda. O subhetivo continua a mesma merda. VOcê olha para o mundo e continua a perceber que tudo é inútil, e nada é novidade debaixo do sol. Percebe o grau de pecado, de loucuras, de vaidade e tendências nas pessoas e a verdade, como olhos de fogo, penetram analisando o próprio caráter. Porém, tudo isso é suprido, suportado quando se veste a armadura.



A ARMADURA


"Assim, mantenham-se firmes, cingindo-se com o cinto da verdade, vestindo a couraça da justiça e tendo os pés calçados com a prontidão do evangelho da paz. Além disso, usem o escudo da fé, com a qual voc~es poderão apagar todas as setas inflamadas do Maligno. Orem no Espírito, em todas as ocasiões, com toda oração e súplica; tendo isso em mente, estejam atentos e perseverem na oração por todos os santos." Ef. 6:14-18
Bem, todas essas coisas estão aqui, ao meu lado. Por que não coloco-os? Não há motivo, não há razão alguma para ficar parado. A única explicação é que estou escolhendo não colocá-los. Enquanto isso, a verdade me fulmina a alma. Se quero colocar? Mas é claro, pois, segundo, quero que o sol me faça ver a primavera ao invés de dar uma cabeça no sol, como se tla fosse uma bola. POis é, essa é uma das situações claras de Grande Conflito. No qual o mau tenta de todos os modos deixar eu apenas olhando para a armadura, já o bem, querendo que eu a vista. E a cada segundo que eu exito em vestir-la, estou debochando, blasfemando de Deus, deixando o Inimigo "feliz".
Tão pouco deveria estar escrevendo isto. Pois tudo é uma declarçaão que Satanás, supostamente, está tendo sucesso.
Certo é que muitas coisas contribuiram para enfraquecer minha mente para eu ficar nesse estado vegetativo espiritual. E todas estão ligadas ao descuido da Reforma da Saúde.
  • Relógio biológico desrreugulado, tanto para dormir, como para acordar, comer.
  • Dormir menos de 8 hrs. por noite.
  • Sedentarismo: Não praticar exercicios diariamente. E apenas em alguns dias da semana.
  • Comer muito. E coisas não saudáveis. Muitas vezes, não combinando corretamente os alimentos.
  • Muitas vezes, tomando pouco sol e bebendo água apenas regularmente.
  • Raramente respirando ar puro. Isso implica no comodismo com a cidade na qual moro.
  • Não amando a Deus com todas as forças, todo entendimento. Tão pouco o próximo. Pois aliás, estou até conseguindo andar pelas calçadas sem se importar por quem estou vendo, ou quem está sentado no onibus.
  • Adiando os planos ideais. Como o de mudar-me para p´roximo da faucldade, no qual poderia controlar melhor o tempo.
  • O descuido do tempo, pois foi através da destruição do relógio biológico que todas as demais aconteceram.
  • Não estudar a Bíblia pelo menos 2 horas por dia; quando ao acordar e quando for repousar; todos os dias. Do mesmo modo, não estar orando sem cessar.
  • Perder a esperança de se importar com os outros, tentar conduzi-los à mudanças, de modo a evitar conflitos.
  • Amar a música, sobretudo a clássica. De modo a contemplar o horizontal e não o vertical. O criado e não o Criador.
  • Apenas fazer a parte que me corresponde. sem buscar levar os outros a fazerrem as suas quando não fazem.
  • Deixar de exifir perfeccionismo das pessoas.
  • Gostar de risadas. Humos negro. Piadas. Brincadeiras.
  • Dar o máximo, de modo a ser perfeito, em tudo o que faço e fazendo várias coisas. De modo, que, às vezes, fico como o homem de Ec. 4:8.
  • Ficar assistindo TV. E muitas vezes, fazendo coisas desnecessárias ou não prioritárias na Net.
  • Etc.

Semre olho para o Evandro de 2003, 2004 e 2005, até que comecei a faculdade e a busca pela carreira profissional. Que saudades! Deus era meu fôlego literalmente.

Acordava sedo, dormia sedo, dormia sempre 8hrs, de modo que nem precisava de despertadador. Me alimentava bem, melhorava com o passar do tmepo. Não comia quase que nunca alimentos nocivos. Me exercitava praticamente todos os dias, sempre omando banho frio. Estava sempre com uma garrafinha de água; facilmente bebendo mais que 2L, por dia. Praticamente, não assistia TV nem filmes, não ouvia músicas, mas somente louvava a Deus. Era bitolado em Deus, Ele não saia da minha cabeça, em tudo era Deus. Andava na rua, conversando com Ele, olhava as pessoas e pensava: "Preciso ajudá-la. Ela precisa conhecer a Deus. Tenho que fazer algo." E meu coração ficava apertado se ão o fazia. Não dava lugar nem brecha para o que não fosse da vontade de Deus. Era muito ativoem todo momento em estar tentando conduzir pessoas à intimidade com Deus. Acordava, escorreva da cama e orava, estuvaca a Palavra, atrasado ou não até ficar satisfeito, com o espirito cheio de chuva temporã, então tomava o desejum para fazer as coisas do dia-dia. De niote, era 1 hora pelo menosestudando a Palavra, ou o Espirito de Profecia, para depois então orar até não ter mais o que falar para ir dormir. Às vezes, esperando todos irem dormir, para ter socego. Sempre estava lendo algo, caso houvesse fila, tinha que esperar algo, pegar onibus. E a cada dia que passaa, transbordava de felicidade, alegria, gozo, cada célula do corpo rejubilava de alegria, gratidão, querendo louvar a Deus.

Então veio a faculdade e tudo ocmeçou a zuar nas quase 4 horas dentro de uma van. Tendo que estudar a noite, chegando de madrugada em casa. Logo, o horário e quantidade de sono foram afetados; aí os horários das refeições também; ficava sem pique para esutdar a Bíblia antes de dormir, logo gradualmente fui estudando menos e menos e orando menos. E por efeito borboleta, de repente, tempestades e furacões.

Sim, sem contar que no período: Nenhuma tosse! Nem um único espirro, ou corisa! Agora, aó estou eu tomando um antibiótico.

E AGORA!?

Quero voltar a isso e ainda melhor. Mas em minha mente, o único modo para isso é atingir a estabilidade econômica. A qual tornou-se meu projeto prioritário, contudo, tudo, leva a indicar que levará 10 anos, algo, em torno disso, muito dificilmente, mais do que 15 anos, ou menos do que 7 anos.

Se é o ideal? Bem, sem a armadura é, ou parecer ser; o menos mal, ou o humanamente mais cabível. Contudo, tem que apenas contar para eu não morrer até lá; ou que eu volte a vestir a armadura até lá com alguma providência. E então isso?! Contentar de viver com esse cristianismo morno?

Contudo de modo algum defendo isso que estou fazendo. E esse meu plano, então. HUm. Um modo bem capitalista de buscar resovler as coisas. Eeee Evandro! Por que não segues o plano ideal? Que vaidade louva está!!!

Sim, estou em cheque. Talvez, leve um mate. Mas até quando ficarei brincando de xadrez? Tenho que correr, o trem das onze logo passará.

02 abril 2008

Um Deus Fiel - Testemunho

É incrível notar como Deus responde as nossas orações.

Esse ano, como já me expressei, estou em grande labuta profissional-acadêmica, que também envolve a insuficiência de recursos ($$$) e de tempo; tanto é que estou dormindo muito pouco, essa última noite mesmo, fiquei até as 4h da madrugada estudando Cálculo, e acordei umas 8h para ir para o Inglês.

Mas um fardo forte que estava sobre meus ombros era a falta de dinheiro para algumas NECESSIDADES. Como, colocar um cubo roletado na roda traseira da bike, pagar o trompete que comprei da Amanda, e ainda mais que ela estava necessitando do dinheiro para pagar umas DPs. But, I don't have money. Melhor, I didn't have money.

Estou dando aula particulares. Mas o que ganho é apenas suficiente para pagar o curso de Inglês e o transporte que normalmente uso para ir à igreja aos sábados e de vez em quando faculdade. E tem um programador de Minas Gerais, no qual fiz um trabalho de consultoria em Matemática para ele, desenvolvendo uns algoritmos, solucionando uns métodos dele conseguir fazer alguns processos, para um programa de banco de dados dele. Mas ele só me pagou parte, pois está esperando a prefeitura da cidade dele pagar o que lhe deve para poder me pagar o resto. E esse era o dinheiro que estava contando para pagar parte do trompete. Mas, não há muitas expectativas desse dinheiro chegar antes de maio.

Procurei muitas portas, mas não fui selecionado. É frustrante naturalmente pelo não, por pensar - principalmente para alguem tão exigente de mim mesmo - "você não é tão bom ainda... deveria ter treinando mais...". Como que num campeonato. Não que desejo ser o melhor de todos, mas é inevitável minha participação, e quero ser sempre - pensando em mim mesmo - o que vence os limites. Se alguem foi melhor do que eu, bem, eu ainda posso chegar num nível acima do nível em que ele chegou. É uma idéia meio idealista, de que há uma alta norma, e qual desejo sempre alcançar; e quando você vê que outros estão mais próximos do que você, então você percebe que está longe e que deveria estar muito muito próximo...

Bem, voltando ao assunto.

Exatamente ontem de manhã, a primeira coisa que fiz ao me levantar foi orar a Deus. Recordei da história de Israel, no período de Elizeu, quando a cidade ficou cercada pelos inimigos e houve grande fome. Até que certo momento um mensageiro do rei foi até Elizeu com más intenções. E nisso Elizeu profetizou falando que na mesma hora do dia seguinte, haveria abundância de alimento - para ter idéia, estavam negociando coco de passará por um preço absurdo, duas mulheres combinaram de comer seus próprios filhos - e tal mensageiro dúvidou. Mas no dia seguinte, Deus fez confusão no acampamento dos inimigos de modo que lhes perturbou com tamanho medo que eles sairam correndo deixando tudo para trás, inclusive os mantimentos. E então Israel teve novamente mantimentos. Falei para Deus de minha fé em Sua providência de poder fazer tamanhos acontecimentos. Expressei quanto ao trompete, que a Amanda necessitava do dinheiro, eles foram muito legais e até meio que anti-capitalistas na negociação... também falei que tudo isso era para um instrumento para o qual pretendo usar para o louvor a Deus.

Bem, não sabia qual o método Deus iria usar. Horas se passaram, mas nem mais pensei nisso. De noite, na faculdade, no meio da aula do Simon, Estatística, meu celular toca. Saio da sala, atendo. Era a mãe de aluno da oitava série que estava precisando de aulas particulares. E já combinamos para começar imediatamente, hoje pela manhã já dei uma aula; amanhã darei outra. e combinamos já um pacote de aulas. Com a qual poderia pagar já uma boa quantia do trompete; pelo menos para esse mês.

E também, na van que faz o trajeto (ABC-USP/USP-ABC), a Luise que trabalha no Anglo. Me perguntou se o Cleiton já havia falado comigo para dar plantão lá, porque estão precisando de plantonistas de matemática. E então, há altas chances que eu também venha a dar plantão no período da tarde no Singular-Anglo; e assim, até já consiga, finalmente, dar uma leve respirada financeiramente; durante este período conturbado. E quem sabe, até possa também pagar a van da faculdade. Assim apenas dependendo dos meus pais, quanto a "moradia" e o que consumo nela. E quem sabe, sobre uns 100 reais por mês, para FINAMENTE, eu começar a investir no futuro.


Bem, é isso.
Como Deus é maravilhoso.

16 março 2008

Morre uma criança. Forma-se um homem.

"Como é amargo pensar que precisamos matar a criança para formar o homem!"
Rei Arthur, Allan Massie, p. 47
...


Essa é uma das frases de impacto do Best Seller que li ano passado. Numa ótica mais cética e realista - um tanto quanto pessimista - fala da história / estória (?) do rei Arthur; contudo pouco se encontra daquela aventura muito conhecida, mas mais filosofia e episódios estranhos sem nada muito sensacional. O livro é feito como numa narração em que o narrador está contando a história para um rei.

Bem, logo no começo, falando um pouco sobre como surgiu Arthur e um pouco de sua infância. Merlim, um sábio mago, ensinava Arthur (como um professor). E numa autoreflexão ele expressou isso: "Como é amargo pensar que precisamos matar a criança para formar o homem!"

Essa é uma frase chave que descreve uma realidade. É isso que estou passando, ou passei recentemente. Nesse ano tomei uma nova atitude: "Matar a criança para formar o homem!" Posso não ter sido o garoto mais infantil, principalmente após os 16 anos. Mas não era um homem.


Por um lado é triste ver como são os deveres da vida adulta. Confesso, estou sofrendo, não está sendo moleza (mas quem disse que seria?). Essa necessidade de busca pela independência financeira, os deveres e responsabilidades, o desprendimento para um forte individualismo sério, responsável, indesculpável. Não adianta poupar esforços, o mundo não está nem aí para mim ou para você. Ele não espera NADA de nós! De certo modo, ele não está nem aí se você vive ou não, mas se vive você tem que cumprir seu papel como mercado consumidor, para o mundo, eu e você sobreviver.

Está sendo duro ultimamente, principalmente desde Fevereiro quando comecei decisivamente com essa atitude. Tenho estudado muito, buscado estágios entre outros. Algumas decepções como com o tratamento dentário particular. Tenho alguns problemas sérios (desvio da ATM), e terei que passar por umas cirurgias ortognáticas. Contudo, o preço? Maior do que um carro popular zero. Dinheiro? Não tenho nem para comprar um pão frances. Na verdade, tenho que lutar para conseguir fazer o tratamento todo na USP, mas tá embaçado, a burocracia é um 'saco'. Além disso, está complicado a faculdade, 3 professores super exigentes, aulas com o Simon, que para quem conhece, o cara pensa que somos doutores formados e há décadas somos matemáticas experientes. O Fishman, ótimo professor e bom método, contudo, a exigência é grande, e tudo é muito rápido. Em questão de livro, diria que em uma semana, são 100 - 200 páginas de avanço (contando todas as matérias); imagine estudar tudo isso! E também a corrida pelo estágio.

Vou ser sincero, deixei de lado o meu 'eu', até como individuo. Dormir? Só o que for possível. Quantas vezes não dormi 4hrs ou menos, para 6hrs da manhã ir lá para Zona Sul de São Paulo de trem e metro, com "aquelas multidões básica", para fazer várias entrevistas? No Santander, no HSBC, Unibanco... Sempre chegando até a praia, nas últimas etapas do processo seletivo, chegando até as entrevistas pessoais com o gestor. Mas na hora H, de "é você ou não", até agora, só tem dado não. Por que? Alguns fatores: Não sou fluente em inglês, não tenho excel avançado (VBA, macro...), não estou no penúltimo ou último ano, não moro muito perto, não tenho experiência no exterior, e por fim, não sou filhinho de papai. Mas o que vou fazer? Sentar num canto e ficar chorando? Ficar dizendo para os outros "ai de eu!" Me fazendo de vitima e coitado? De modo algum.

Em vista a filosofia que rege o mundo atual, eles tem até razão em me tratar assim. Eu não faria o mesmo? Escolheria eu? Por que? Por que o mundo deve fazer algo por você e por mim? Por que deve dar-lhe uma oportunidade? - principalmente em vista, o realidade que há, e não o ideal que deveria ser - Por isso, tomei uma atitude. Lutarei para desenolver-me. De modo a fazer tais, "IMPLORAREM PARA CONTRATAR-ME". Como alcançar isso? Moleza não vai ser. Noites de sonos serão perdidas. Muito esforço e abnegação. O fim da preguiça e do desperdiço de tempo. O fim da criança. É uma revolução, é um assassinato. De modo algum será fácil.

Tenho que melhorar minha pessoa. Desenvolver minhas capacidades e talentos e sobretudo aquelas não desenvolvidas. Melhorar meu desempenho na faculdade. Avançar na vida academica. Já peguei um curso autodidata de Excel Avançado, estou para começar, pois tenho facilidade em aprender qualquer coisa por um lado. Também iniciei um curso de inglês na Fisk. O problema é que tudo é a custa do dinheiro que não tenho.

De modo maravilhoso Deus tem me concedido recursos. Mês passado conheci uma pessoa pela internet, um programador, através do meu blog de matemática; dei uma consultoria para ele e ganhei uns 500 reais. Só que de tal, já gastei praticamente tudo. Transporte, transporte principalmente. Alimentação. Curso de inglês e excel. Algumas coisas dos desbravadores. A stand para partitura. E como será no próximo mês? Bem, estou dando umas aulas particulares. Se tudo der certo, terei grana para mais 1 mês de inglês. Mas e as outras coisas? E depois?

Também, agora recebi uma proposta ideológicamente irrecusável da Amanda, do trompete Weril dela por 800 reais. (um desconto acima de 50%). Preciso dele. Mas como comprá-lo? Com que dinheiro? Não sou de ficar pedindo dinheiro aos outros. Me sinto péssimo quando tenho que pedir dinheiro para meus pais para o onibus. E normalmente evito ao máximo, indo até mesmo a pé para o centro (1h10min), ou deixando de comer em algumas refeições; ou comendo algo meio pobre nutricionalmente.

Tem sido assim: Acordo em torno das 8 horas da manhã, ou antes. Vou para o inglês ou dar aula. Volto a pé para casa. Chego por volta da 1hora da tarde. Ai esquento a comida e como. Nisso, quando dá, treino 30min - 1h de trompete. Faço algumas flexões nos intervalos. Estudo para a facul e o ingles, além de planejar as aulas. Ai dar uma geral na net, e-mails, blogs que tenho que dar conta; buscar job. 16hrs, tomo um banho rapidão, e já JANTO. 16h45 chega a van, então é rumo a USP. Na van é onde faço normalmente a parte mais devocional, uns 40min-1hora, lendo a Biblia ou o Patriarcas e Profetas; fora as conversas (é normalmente onde mais relaxo) e virou praticamente lei, dar uma cochilada entre a Bandeirantes e a USP. 19h na USP. Ai é aula, às vezes tem o GEA, e nas janelas vou para o CEPE para praticar exercícios físicos. 23 horas de volta a van, go to my house. Aí, 1 hora da madrugada chego em casa. E com muita fome, aí como. E outro dia até passei mal por isso, acordando no meio da madrugada com dor de barriga e vomitando. E aí vou ver uma coisa ou outra, além de comer e dar um tempo para um minimo de digestão e durmo em torno das 2h - 2h30 da madrugada. Mas a noite de sono tem um rendimento muito fraca. Pelo stress, pela correria, pela alimentação noturna, os pensamentos, as mil coisas para fazerem, as coisas que se tem que fazer na manhã seguinte. E nos fins de semana? Bem, na sexta, a noite tem ensaio do coral. Aí ao chegar em casa umas quase 23 horas, vou estudar a lição da escola sabatina e acabo dormindo muito tarde, porque também é quando planejo algumas coisas para o Clube de Desbravadores. Aí é quando finalmente durmo um pouco mais, até umas 9 horas de sábado; tendo que assim, matar o primeiro culto onde o coral canta. Mas eu preciso desse sono. Volto da igreja 1h30 da tarde, almoço.. ai toco um pouco de trompete, estudo um pouco a Bíblia, algumas músicas de louvor... e aí go to igreja novamente, sempre tem algo de tarde. (isso quando o coral não vai cantar em locais distantes). Bem, 20horas estou de volta. Aí lá vai eu verificar se está tudo ok, fazer algumas coisas que sempre tem o que fazer. Aí acabo dormindo tarde de novo. E domingo? Acordo umas 8horas. Pois 9h e pouco tenho que estar nos desbravadores. E no clube é ritmo forte. e 1h - 2h estou novamente em casa. Aí de tarde, quando não tem ensaio a tarde, é quando dou uma relaxada maior (hoje até dormi umas 4 horas a tarde) mas normalmente é quando estudo inglês, toco treino trompete, estudo algumas coisas para facul. E aí acabo dormindo tarde, porque acostumei com isso, meu relógio biológico se acostumou a dormir tarde.

Isso é caos em questão de saúde. Para quem me conhece, vai estranhar o que direi agora. Mas eu me sinto um pouco cansado meio que constantemente; como se não estivesse a todo pique, com todas as energias e forças. Uma idéia constante de querer descansar e dormir. Se mesmo que sento em algum lugar mais tranquilo há uma indução ao sono. Aliás, estou dormindo de dia!!! O que era praticamente impossivel comigo. Outro dia na fila do Semana, sentado no banco, eu acabei dormindo sem perceber, ainda bem que um rapaz me acordou quando apareceu a minha senha. Você sente uma espécie de constante tensão na cabeça. Como se estivesse com o órgão cérebro um pouco enfermo, ardendo um pouco, é uma náusea bem fraca mais constante. Isso tráz alguns agravantes espirituais sérios. Sem contar os olhos cansados, as vezes sensíveis a luz do dia, as olheiras. Pelo menos existe música clássica para relaxar.

Mas e aí? Vou ter pena de mim? Nenhum pouco. Apesar de tudo isso. Vou dizer, estou de bom ânimo, estou empolgado, estou cheio de energias. Não me polpo. Darei o meu melhor e vou ser sincero, não conheço meu limite. Ainda não cheguei nele. Uma vez fiquei 2 dias acordado fazendo uma trilha puxada, com uns 30 kg de carga na mochila, passando por lugares bem dificeis e etc. E ainda não havia chegado no meu limite. Qual o meu limite? Eu não sei. E não imponho um, pois normalmente quando você chega numa suposição, você percebe que não era bem assim e que dá para sempre ir mais.

Por outro lado, estou colhendo aquilo que plantei e que meus pais plantaram. Se desejo subir na vida, sair de algumas fortes tendências impostas, terei que lutar fortemente para isso. E para ser sincero, "Como é amargo pensar que precisamos matar a criança para formar o homem!" Mas hoje olho para a minha infancia, e até meus 16 anos, quando Deus me despertou, retirando das trevas. Foi uma vida vã, vaidade. Perdi tempo, perdi muito tempo. Coisas que dava valor, hoje vejo que não possuem valor nenhum. Ficou muito claro para mim algo que Ellen White diz sobre Educação, falando que as crianças não sabem o que realmente é bom para elas, qual é a verdadeira felicidade. E agora tenho que lutar e sofrer mais para dar conta, pois preciso de coisas em pouco tempo no qual tive muitos anos para fazer e não fiz. Como um curso de inglês, como me esforçar nos estudos; pois tive que ficar 2 anos fazendo cursinho para entrar na faculdade. E se desde criança eu fosse alguem muito estudioso, não só em nível academico mas teológico... o que seria de mim hoje? E se desde pequeno já estudasse música? Talvez a única coisa boa é que sempre fui alguem que praticou mmmuuuito esporte e atividade física. Aliás, se desde pequeno eu fosse vegetariano e cuidasse bem da saúde? E se eu tivesse usado a perereca após o tratamento dentário que terminei aos 14 anos? E se desde pequeno tivesse economizado dinheiro, ao invés de gastar com coisas supérfulas e investido em ações, o que hoje já não teria financeiramente? Se eu lesse desde pequeno, ao invés de ficar dias inteiros jogando video-game?

Que bom é saber que Deus meu perdoou. E que é poderozo e tem grandes planos para mim. E me dá forças para lutar. E pensando bem, eu fico intrigado num campo em que não ouso especular, que é quanto a questão que Deus tem um plano para mim. E que talvez tudo pelo qual passei foi para um propósito. Penso num trecho do livro:

"A intenção de Merlim era forçar Artur a abrir o próprio caminho no mundo, pois dizia: "Aprendi que a dureza é a escola adequada para a excelência." Por isso despachou Artur sozinho, montado em um robusto pônei e levando ao alforje provisões para dois dias. Assim Artur deixou para trás a infância[ele mal itnha 14 anos] e rumou para o sul; não se deve imaginar que Merlim não tenha derramado uma lágrima ao observar o menino subir o vale sinuoso e desapaeecer de vista."
p.52
e uma outra:
"
- Lembra-te - disse Merlim - que acima de tudo "todo homem tem o seu dia; todo homem tem um período de vida, curto e inalterável; mas através de atos podemos ampliar a nossa fama; esta é a tarefa da virtude e da coragem."
p. 51

Bem, fixo na idéia de "Aprendi que a dureza é a escola adequada para a excelência." Isso me faz lembrar de José, o mimado filho de Jacó, o qual foi preciso ser escravo no Egito, ser preso injustamente, para depois ser governador, alguem de grande influência com o qual podê fazer bem para muitos, inclusive sua própria família. Assim também me vejo, estou sendo forjado. Se é ideal que eu não durma, e que fique 3 semanas com a mesma gripe, porque o imunológico não fica bom pois não durmo, entre outros? Claro que não. Mas preciso passar por isso. Para que até mesmo possa valorizar mais a saúde, e um dia agradecer a Deus de todo coração quando repousar numa cama para dormir, sabendo que muitos estão dormindo no sereno numa calçada. E também para agradecer se um dia alcançar a estabilidade financeira-academica-profissional de modo a poder todos os dias 22h, estar já repousando.

Também me recordo de José, que teve que trabalhar mais de 7 anos para um tio corrupto. Para conseguir a estabilidade financeira, uma "casa" - vamos assim dizer - e uma esposa. Do mesmo modo, vejo, que ainda terei que dar muito sangue, trabalhar muito, dar muito duro, noites sem dormir, para que alcanse tais bênçãos (não que conquistarei elas; mas é que certamente, preciso passar por tais situações, aprender lições, e refinar um caráter, de modo que a que esteja capacitado para Deus me abençoar devidamente com elas. Pois aliás, do que adianta jogar 5 toneladas de ouro em cima de um carrinho de mão e dizer: "Toma, é seu, carregue.").

Não reclamo da situação que estou passando. Vejo como um processo, uma etapa, uma fase da vida onde é necessário passar por ela. Se houve outras determinadas situações, como uma família mais estável e estruturada; certamente não passaria por tamanha intensidade. Mas vejo tudo isso como uma providência de Deus - "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito." Rom. 8:28 - de modo a me refinar, a me dar lições, para me dar maior base, estrutura, resistência, uma mão mais calejada; para que fique robusto espiritualmente. Pois pense bem, de certo modo, todos os grandes personagens biblicos passaram por grandes labutas. Adão teve que sacrificar um cordeiro; Noé pregar aos escarnecedores e passar vários dias em meio ao mar em tormentas; Abraão, matar o próprio filho; Jacó, trabalhar para Lavão e fugir de casa e da fúria do irmão; José, ser quase morto pelos irmãos, ser escravizado, ser preso; Moisés, dispensa comentários; Josué; ...; Sansão, perdeu a visão; Davi, teve que viver se escondendo em cavernas; Elias, teve que viver isolado do mundo por anos, inimigo para sua própria nação; ...; Jesus, 40 dias no deserto, sendo tentado pessoalmente por Satanás; Paulo, perder a visão; Daniel, cova dos leões; etc.

Mas não desistir! Manter sempre bom animo. Pois eis que Cristo vive mim. Deus está comigo. Ao quê, a quem, temerei? Tenho o céu a ganhar, a vida eterna. Por que resmugar? Para que reclamar? Ser pessimista, como? Há anjos do bem comigo. Tenho amigos sinceros, amigos e pessoas que oram por mim. Tenho as preciosas promessas de Deus. Sinceramente, é até um prazer passar por tudo isso, por todas essas privações. E fora, que além disso tudo, há tantas pessoas num estado pior do que o meu, com famílias assassinadas, passando por fome, moléstias, guerras, e, principalmente, pessoas que vivem nas trevas, nos laços de Satanás, nas trevas da ignorância. Bendito seja o nome de Deus, porque até aqui nos ajudou o Senhor!