17 abril 2010

E la vai mais um chute no balde

Fazem pouco mais de 4 meses desde meu último post nesse blog (diário). O motivo? Vários! Inclusive a preguiça, ou, acima de tudo o interesse de escrever algo sobre. Esse período foi intenso, num sentido volátil, de picos altíssimos e de profundezas obscuras; e pelas mais diversas razões. Bem, dei uma reformulada em todo o blog do Evandro, coloquei mais sessões, inclusive o de Aventura, assim como mudei os layouts.

Sabe, até voltarem as aulas na faculdade até que as coisas foram muito bem. Apesar que o inicio das aulas também foram muito bem. Parei de ir de van, agora vou de transporte publico, trem, metro, ponte orca, ônibus, todo dia; e sabe gostei. Por incrível que pareça, é nessas horas que tenho a maior parte dos momentos tranqüilos e que consigo estudar ou ler um livro (aliás, estou mergulhando de cabeça nas obras filosóficas – não só pela matéria que estou fazendo este semestre – sobretudo de Sêneca). De lá para cá, consegui avançar bastante no livro, acho que até o final do ano, termino o conteúdo, e depois, tem que revisar.

Também rolou muita coisa surpreendente no que se diz a música. Passei a fazer aulas de trompete com um trompetista da Orquestra Sinfônica de Santo André, o que já mudou muita coisa, muito mesmo. Surgiu, pelo Orkut, o Gabriel, agora iniciando seus estudos no trompete, além dos irmãos da Emilly.

Além disso, algo no que diz respeito a faculdade melhorou muito, por agora chegar lá em torno das 18hrs... tentou tempo para fazer aquela caminhada básica e bucólica até o IME (uns 30min); apesar, de terem mudado o reunião do GEA para sexta, o que me impossibilitou de ir, isso me deixou um pouco abatido. Mas também, visitei o Fred, conversei com ele, e ele me contou de sua aventura na terrinha do tio Bill.
Bem, no trabalho também teve uma melhora significa em questão a desafios que me tiraram um pouco de muita rotina. Mas ainda é o que me estressa muito, ficar 6 horas do dia sentado na frente de um computador, e também ir muito cedo. Mas bem, pelo menos quanto a isso eu sou imensamente grato.

Mas no último mês principalmente aconteceram uma série de coisas e equívocos que me deixaram profundamente decepcionado, em alguns momentos, quase que querendo não existir. Torturas no que se diz respeito a saúde, tendo em casa condições inóspitas para descansar e até mesmo respirar, de modo que minha rinite, adormecida por tantos anos (aliás, segundo meu amigo, o gene foi reativado) está de volta (eu havia esquecido como é um inferno isso). E isso promoveu um monte de noites mal dormidas, que tive que até mesmo sair de casa e ficar lá fora na madrugada respirando ar puro (se é que se pode dizer que o ar de Santo André o é). Além disso, eu também tive várias discussões com pessoas que estavam me enrolando, violando meus direitos, e nisso até entrou meus pais no meio tentando me conformar com a injustiça e engolir seco e passar a vida sendo torturado sem reclamar.

Mas talvez o que mais marcou foi no que se diz respeito ao relacionamento com as pessoas. Sêneca me abriu um universo de idéias e considerações no que se diz respeito a isso, inclusive sobre a escolha dos amigos, e de como é raro realmente existir amizades verdadeiras. E de fato, quantas vezes eu me pergunto: “Por que simplesmente as pessoas não se irmanam?” E no meio a tudo isso perdi algumas virtudes como paciência para com algumas pessoas falsas e que só tentavam me enrolar; ou pessoas quais, egoisticamente, eu defini como indignas de minha confiança.

Posso dizer que fiquei um pouco farto de falsos relacionamentos afetivos educativos, as pessoas terem sua amizade muitas vezes apenas por consolo; ou no meu caso, especial, porque eu sempre ouço o que tais tem a falar, às vezes, desabafar. Pode-se chamar a isso amizade, quando apenas há um interesse de se aproveitar de você ou de ser um adorno, conforto, ou quando ninguém mais lhes dá ouvidos...?
Sabe, também fiquei inconformado em como minhas palavras, minha língua – maldita língua – me traiu. Por exemplo, houve um caso em que conversando com uma pessoa falei que a voz dela era muito desafinada, inconstante variava muito... e ai a pessoa associou isso com uma outra pessoa com quem havia algum tipo de confronto; e o momento de descontração se tornou numa briga fria, da qual tive que ouvir duras palavras; de mais uma tempestade num copo d’agua.

Também tive uma triste noticia, de um amigo do colégio, que aliás foi um grande amigo, sobretudo num dos momentos mais duros da minha vida e que marcou minha conversão. E bem, este amigo se afastou da igreja e anda já em outros caminhos. Foi quase como dizer: “Até tu, Brutos?”

Além disso, essa última semana foi uma bola de neve de decisões equivocadas e erradas. Coisas que disse, atitudes que tomei; não sei ao certo o que foi que me impulsionou a isso. Talvez a ansiedade, o stress. Mas o fato é que chutei o balde. E disse e fiz muitas coisas da qual me arrepender, porém, também uma hipocrisia dizer que já estou num estado de restauração da qual possa dizer “Estou arrependido.” A vontade muitas vezes é mandar todo mundo ir a merda; aliás, mandar tudo ir. Dar um perdido na vida, ir para algum lugar isolado, ou ir para algum lugar que não perderia tempo com gente fútil (se é que exista tal lugar); com pessoas que não percam tempo com conveniências entre outros, e desenvolvam logo a irmandade; como talvez, ir ajudar refugiados, ou sei lá. Pois brasileiro? O povinho... Não querem tua ajuda, não querem sua companhia, não querem ouvir conselhos. O que querem? Apenas ganhar dinheiro, ou melhor, ganhar a vida fácil, poder consumir suas vaidades e futilidades; e se não fosse preciso trabalhar ou ganhar dinheiro para tais, opa, para eles blz. É dormir, beber e divertir-se, e quando tiver um tempinho ajudar alguém, falar com um amigo, e olha lá.

Pior de tudo, nesse estado - vamos dizer assim “com a cabeça perdida” - falei coisas, cometi equívocos. E nisso, temo até de ter perdido uma amizade; e o que mais me intriga, é que nem falei nada ruim; mas coisas boas. Porém, já tenho experiência o suficiente para saber que mesmo ‘as boas’ tem o seu momento certo.
Bem, não sei ainda onde isso vai dar. Dei vários tiros, para vários lados, e acertou várias pessoas, inclusive as que amo. Chutei sim o balde, pelo menos um pouco. E mesmo estando inconformado e decepcionado com minha própria atitude e comigo mesmo; é como no fundo quisesse ouvir: “Evandro, bem feito.” Ou então, me torturar, castigar, me fazer pagar por algo que fiz; ou então, querendo que alguém o faça. Por outro lado, também há uma curiosidade de ver até onde essas merdas vão dar. Sabe, há uma grande tentação no momento de perder a esperança nas pessoas, ou mais além; realmente é triste. E por fim, a tentação de simplesmente cuidar do próprio nariz. Aliás, este que tenho, daria um trabalhão se o cuidar sozinho. Mas não quero a bajulação de ninguém, nem o consolo, quero ser repreendido. Bem, talvez, no fundo apenas queira ver um ato de justiça, mesmo que o infortunio seja eu. Bem, não conto e nunca espero por isso, mas talvez um outro faça algo por mim, e, realmente se importante, tente intervir, fazer-me reestabelecer a motivação, esperança, a andar e pensar na linha. Aliás, se não voltar, não há como terminar o livro, visto que só o escrevo quando estiver em boas condições para tal.

Sem explicação, sim, é loucura. Não há o que justificar, explicar. Talvez, apenas tenho, espero, ter alguma esperança de a qualquer instante parar com toda essa birra; arrepender-se, voltar a sobriedade e força moral. E torcer, para que no final, haja perdão das pessoas magoadas e que as coisas possam voltar como eram antes. Mas sei lá, parece uma crise, e que tem hora que imagino que apenas quando estiver estável financeiramente, morando na casa dos meus sonhos num lugar bucólico e tranqüilo, é que então tudo se espantara. Que infelicidade, tal mente não domar a si mesmo.

Ontem eu também sofri um grave acidente de bicicleta, não pelas consequencias, fisicamente fiquei quase que intacto, apenas com alguns doloridos e esfolados além de 2 rodas desalinhadas. Mas pelas condições e local desse acidente (no meio de uma avenida), todas as condições eram favoraveis para que eu fosse gravemente atropelado; para ser sincero, na hora que ia cair eu pensei seriamente que eu podia morrer (é meio estranho quando nos deparamos com a morte). Mas que "coincidentemente" o farol fechou bem no momento, de modo que foi exato para os carros pararem e não fazerem com que eu só saisse do chão com uma espatula. Acho que isso me fez voltar um pouco a cair na real e na futilidade da vida que levei; das brigas desnecessárias.

Até meu primo, depois de muito tempo, nos vimos hoje, e logo de cara disse que eu estava estranho, quieto e perguntou se estava triste ou algo do tipo. Mas como o Evandro é, não disse nada quanto a isso e enrolou a pessoa a não se preocupar com essa questão (claro, não respondeu a pergunta). Até mesmo a música me soa inimiga, pois parece ela querer retirar-me desse estado, o qual, de algum modo, minha carne está até que curtindo; apesar de ver a destruição, corre para pular no precipício.

Oh razão, quando tu serás retomada e, assim, controlar este homem?

Mas hoje, no JA, eu não esparava, mas o Rafael me ofereceu uma música para ouvir no celular, e ele não estava sabendo nada disso. E está música, caiu perfeitamente. E como há muito tempo não acontecia, uma música cristã me tocou lá no fundo do coração, e me fez pensar: "Evandro, já foi longe de mais. É hora de voltar."

A qual compartilho abaixo:

Um comentário:

E. C. O. Schulz disse...

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Já estou recuparado.